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Polícia Civil indicia primeiro dirigente de escola de samba

Diretor de Carnaval da Camisa Verde e Branco, que foi rebaixada, é acusado de supressão de documentos

Ele aparece rasgando e chutando papéis da mesa de apuração; 6 das 14 escolas estão sendo investigadas

DE SÃO PAULO
DO "AGORA"

O diretor de Carnaval da escola de samba Camisa Verde e Branco, Alexandre Cabrino Salomão, o Teta, 43, foi o primeiro dirigente de agremiação indiciado pela Polícia Civil sob suspeita de envolvimento no tumulto que interrompeu a apuração dos resultados dos desfiles, na terça.

Salomão é acusado de supressão de documentos particulares. Ele aparece em imagens da TV Globo rasgando e chutando papéis que estavam na mesa de apuração.

Tiago Ciro Tadeu Faria, 29, da Império de Casa Verde, e Cauê Ferreira, 20, da Gaviões da Fiel, presos desde terça sob a acusação de supressão de documentos e danos ao patrimônio público, conseguiram na Justiça a liberdade provisória após pagamento de R$ 12,4 mil de fiança cada um, paga pela mulher de Faria e pela Gaviões. Até ontem, eles não haviam sido soltos.

Para o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, Faria "recebeu uma missão e cumpriu" -rasgar as notas ainda não divulgadas.

O delegado disse estar investigando quem deu a ordem, porque a ação parece ter sido sincronizada.

O delegado afirmou que já tem elementos para acusar outros dirigentes de incitação ao crime. Estão sendo investigados integrantes e dirigentes de 6 das 14 escolas de samba: Camisa (rebaixada), Vai-Vai, Gaviões, Império, Tom Maior e Pérola Negra.

Josélia Alves, da Camisa, também prestou depoimento, mas não foi indiciada. Ela negou que tenha orientado a destruição das notas. À Folha, minutos após a invasão, na terça, ela disse: "Acabou o Carnaval, hoje encerra o Carnaval de São Paulo, não tem campeã".

A confusão começou porque parte das escolas não concordou com a mudança de última hora de dois dos jurados. Segundo a Liga das Escolas de Samba, eles pediram para não participar e o regulamento prevê a substituição.

As escolas dizem que suspeitavam de favorecimento à Mocidade Alegre, que acabou campeã. Porém, a própria Mocidade defendeu que as notas desses dois jurados não fossem computadas.

(GIBA BERGAMIM JR., EDUARDO GERAQUE, EVANDRO SPINELLI E LÉO ARCOVERDE)

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