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Garoto não comparece para falar sobre acidente de jet ski

Ele e os pais eram esperados para dar versão sobre morte de menina de 3 anos

Advogado afirma que adiou os depoimentos por segurança; caseiro nega ter dado veículo na mão de adolescente

JOSMAR JOZINO
DO "AGORA"
CRISTINA MORENO DE CASTRO
ENVIADA ESPECIAL A BERTIOGA

O adolescente que estava com o jet ski que atingiu e matou uma criança em Bertioga no sábado passado não compareceu à delegacia ontem acompanhado de seus pais, como estava agendado.

Grazielly Lames, 3, foi atropelada na praia de Guaratuba, litoral norte paulista. O advogado do rapaz, Maurimar Chiasso, afirma que ele só ligou o veículo. Desgovernada e sem ninguém em cima, a máquina foi para a areia, diz.

Chiasso afirmou ontem que adiou a apresentação do jovem para garantir sua "segurança", "em face do assédio e do risco que ele corre".

Segundo o delegado Maurício Barbosa Júnior, o adolescente, de 13 anos -até então a polícia vinha divulgando que ele tinha 14 anos-, será ouvido junto com os pais "no máximo até segunda".

Ele disse que o adolescente poderá ser ouvido, inclusive, em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, onde reside com os pais. "Mas a nossa expectativa é a de que ele preste depoimento aqui mesmo em Bertioga", afirmou.

O adolescente estava hospedado na casa do empresário José Cardoso. O jet ski também é da família de Cardoso.

O delegado disse que a mãe do adolescente fugiu com o filho às 17h02 de sábado da casa de veraneio de Guaratuba -inicialmente, testemunhas disseram que eles haviam partido de helicóptero, o que não se confirmou.

Segundo o delegado, as câmeras de segurança da quadra onde fica a casa do empresário e dono do jet ski filmaram o momento em que mãe e filho deixaram o local em um Honda prata, com placa de Mogi das Cruzes.

Barbosa Júnior afirma que depende do depoimento do rapaz para identificar o amigo que estava com ele na água na hora do acidente.

Ontem, em depoimento, o caseiro Erivaldo Francisco de Moura, que trabalha para a família de Cardoso, negou ter dado o jet ski para o adolescente. Uma testemunha havia dito ter visto o caseiro entregar a máquina para o rapaz.

O advogado contratado pela família da vítima, José Beraldo, diz que pedirá acareação para solucionar a questão.

Caso algum adulto tenha autorizado o uso do veículo, também pode ser enquadrado no crime de homicídio com dolo eventual, ou seja, quando assume o risco de que alguém pode ser morto, de acordo com o advogado.

"O adolescente responde por um ato infracional. Porém, seu responsável legal -aquele que emprestou ou consentiu- é responsável criminal e civilmente."

Para a Polícia Civil, o caso é investigado até o momento como um homicídio culposo, ou seja, sem intenção.

Cinco pessoas já foram ouvidas no inquérito: os pais e dois tios da criança atropelada, além do caseiro.

A mãe de Grazielly, Cirleide Rodrigues Lames, 24, moradora de Artur Nogueira, cidade do interior, disse que não recebeu nenhum contato da família do adolescente.

Hoje serão ouvidas testemunhas do atropelamento.

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