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Marinha não fiscaliza jet ski na represa Billings, dizem moradores

Capitania não informa quando esteve pela última vez no local onde garoto morreu em acidente

Pai que pilotava jet ski não tinha habilitação e fazia o transporte irregular do garoto em uma boia inflável

AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO
NATÁLIA CANCIAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Falta fiscalização de embarcações na represa Billings, onde uma criança de nove anos morreu em um acidente de jet ski anteontem.

A afirmação foi feita por moradores e frequentadores da represa. Conforme nove pessoas entrevistadas pela Folha, a Capitania dos Portos de São Paulo não vai até o local checar a documentação dos usuários de jet skis há pelo menos dois meses.

"Na verdade não tem nenhuma fiscalização, a última que eu me lembro foi quando a minha irmã morreu atropelada por um jet ski, há 16 anos", afirmou o metalúrgico e morador da região Jerson Pita dos Santos, 30.

A Capitania dos Portos não informou quando foi a última vez que esteve na represa. Afirmou só que possui o "contingente necessário" para fiscalizar as áreas navegáveis de São Paulo, sem citar o número de fiscais no Estado.

Nos finais de semana centenas de banhistas vão à Billings, no ABC Paulista. Os frequentadores dividem o espaço com dezenas de jet skis.

"Eu mesma já pilotei jet e não tenho arrais", disse uma vizinha do Tahiti Clube Náutico, em Ribeirão Pires.

Só pode pilotar o veículo quem possui o arrais amador emitido pela Capitania.

No acidente de anteontem, que vitimou o estudante Mitchill Guilherme Pereira de Carvalho, 9, ao menos três irregularidades foram cometidas pelo condutor do veículo e pai do menino, Antonio Edivan Moreira de Carvalho, 40: 1) ele não tinha autorização para guiar; 2) o equipamento não estava registrado na Marinha e; 3) o jet ski rebocava uma boia náutica.

O ACIDENTE

Mitchill morreu depois de cair da boia e bater a cabeça na pilastra de uma ponte. Ele estava ao lado de um primo de 14 anos. Segundo o pai da vítima, uma outra embarcação passou por eles e as ondas o fizeram perder o controle.

O corpo de Mitchill foi enterrado ontem. Carvalho foi preso sob suspeita de homicídio. Ele foi solto após pagar fiança de R$ 630.

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