Emocionado, pai é amparado no enterro

O corpo de Mitchill Guilherme Pereira de Carvalho, 9, foi enterrado no fim da tarde de ontem no cemitério da Vila Formosa (zona leste de SP), sob aplausos de familiares e amigos. "Valeu, Mitchill!", gritou o pai do garoto, Antonio Edvan Moreira de Carvalho, 40, indiciado sob a suspeita de homicídio culposo (sem intenção de matar) pela morte do filho.

Ao lado dele, a avó Léa fez um breve discurso, emocionada. "No dia em que ele nasceu, ele chorava e nós estávamos sorrindo. Agora, ele morreu sorrindo e nós estamos aqui chorando", disse a avó.

"Mesmo que tenha sido por causa de uma tragédia, ele vai ser conhecido no mundo inteiro, como ele sempre sonhou", completou.

Durante o velório, o pai do garoto foi confortado por dezenas de parentes e amigos. Nenhum familiar quis falar com a imprensa. Masataka Ota, pai do menino Ives Ota, 8, morto em agosto de 1997 após um sequestro na zona leste, foi prestar solidariedade a Carvalho.

A gerente do CCA (Centro da Criança e do Adolescente), ONG na qual Mitchill tinha atividades esportivas e culturais toda manhã, disse que o garoto era alegre e participativo. "Ele era uma criança esperta, brincava com todo mundo", contou Maria de Lourdes, 35.

Antes de o corpo deixar o velório, um pastor da Assembleia de Deus, igreja frequentada pela família, fez uma oração seguida de uma música evangélica.