Brinquedos do Hopi Hari não são fiscalizados

As condições de segurança e a manutenção dos brinquedos do Hopi Hari, onde uma adolescente morreu na semana passada após despencar de uma espécie de elevador, não são fiscalizadas por nenhuma autoridade.

Apenas profissionais contratados pelo parque verificam se os equipamentos estão em condição de operar.

A Prefeitura de Vinhedo (SP), onde fica o parque, o Corpo de Bombeiros e o Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) dizem que não são responsáveis por esse trabalho, embora façam outros tipos de fiscalização no local.

O diretor-executivo do Procon-SP, Paulo Arthur Góes, criticou, em nota, a falta de normas que exijam padrões de instalação e manutenção desses brinquedos em parques de todo o país.

ACIDENTE

Na sexta-feira, Gabriela Yukay Nychymura, 14, morreu após cair do La Tour Eiffel. Nessa espécie de elevador, o visitante sobe cerca de 70 metros em uma cadeira com trava individual e despenca a uma velocidade que pode chegar a 94 km/h.

Segundo o Hopi Hari, os engenheiros que checam rotineiramente os equipamentos do parque são habilitados pelo Crea, que faz visitas técnicas periódicas ao local.

O conselho informou que verifica apenas quem são os profissionais responsáveis pela segurança, se estão habilitados para o trabalho e têm o registro profissional em dia e se agem dentro das normas legais.

Segundo a assessoria de imprensa do Crea, na última visita feita ao parque, no final do ano passado, não foi identificada nenhuma irregularidade entre os profissionais. O conselho instaurou um procedimento administrativo sobre o acidente para checar se houve falha de algum engenheiro.

Já o Corpo de Bombeiros afirma que fiscaliza parques de diversão a cada dois anos, mas verifica apenas as condições de segurança contra incêndios -e não as atrações oferecidas.

De acordo com a corporação, a última checagem no Hopi Hari ocorreu no início deste ano.

A Prefeitura de Vinhedo informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que seu papel é apenas o de renovar o alvará de funcionamento do parque, mediante a apresentação de alvarás dados pelos bombeiros.

A assessoria disse que não há na prefeitura um departamento responsável por fiscalizar brinquedos de parques e que isso não está previsto na legislação municipal.