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2 morrem após batida em cruzamento com semáforos desligados

Carro com empresário e sua secretária foi atingido por ônibus que, dizem testemunhas, estava em alta velocidade

Motorista foi indiciado sob suspeita de homicídio doloso; advogado diz que houve 'exagero' e culpa CET

CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO

Um empresário de 67 anos e a secretária dele, de 57, morreram ontem após o carro em que estavam ser atingido por um ônibus em um cruzamento da avenida Vereador José Diniz (zona sul). Duas passageiras do ônibus se feriram.

Na hora da batida todos os semáforos do cruzamento estavam desligados, segundo registro feito junto à SPTrans.

O motorista do ônibus está preso e foi indiciado sob suspeita de homicídio doloso (quando se assume o risco de matar) e lesão corporal.

Alfred Schorno e Anna Camilla Nyarady estavam em um Mitsubishi ASX novo, recém-buscado da concessionária. Subiam pela rua Demóstenes às 14h, em baixa velocidade, dizem testemunhas.

O ônibus, no corredor exclusivo da Vereador José Diniz, atingiu o Mitsubishi, que capotou e foi prensado contra um poste no canteiro central.

Quando o resgate chegou, cinco minutos depois, Schorno e Nyarady já estavam mortos. Os corpos só foram removidos às 17h40, hora em que a via foi liberada para tráfego.

TACÓGRAFO

A Folha ouviu três testemunhas que relataram à polícia que o ônibus estava em alta velocidade. "Parecia uma locomotiva fora do trilho, a toda velocidade", disse o empresário Leonardo Gragnano, 38. "Se os semáforos estivessem funcionando, não teria acontecido."

Segundo o delegado João Paulo Cerqueira de Carvalho, do 27º DP, o tacógrafo do ônibus parou, na batida, a 50 km/h (velocidade máxima da faixa), mas antes o veículo freou por cerca de 20 m e arrastou o carro por outros 9 m.

Para o policial, isso indica que o motorista Jonas Santana da Silva, 26, "estava acima da máxima permitida, sabendo que o semáforo não estava funcionando", assumindo risco de causar as mortes.

Silva é motorista há três anos e, segundo parentes, nunca se envolvera em acidentes.

Seu advogado, Julio Casar Neves, acha exagerado o indiciamento sob suspeita de homicídio doloso sem fiança e diz que vai entrar com uma representação na Ouvidoria e na Corregedoria da Polícia Civil.

Ele nega que o ônibus estivesse acima da velocidade e acusa a CET de responsabilidade no acidente. "A negligência é integralmente da CET, que não está dando manutenção para os semáforos. O outro carro entrou na frente dele, subitamente, também porque o semáforo estava quebrado."

Em nota, a CET informou que verifica o que ocorreu com os semáforos da região.

Colaborou APU GOMES

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