Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Doliria dos Santos Guitti (1918-2012)

Professora Dalila, que era Doliria

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

O pai de Doliria dos Santos Guitti escolheu para ela outro nome: Dalila, e assim a chamou nos primeiros anos.

Na época em que nasceu, em 1915, numa fazenda na região de Planalto (SP), era comum que as famílias esperassem outras crianças virem ao mundo para que fossem registradas juntas na cidade.

Em 1918, seu pai dirigiu-se ao cartório, mas aconteceu de o escrivão não gostar do nome da menina e, em vez de Dalila, botar-lhe um Doliria.

"É um nome que não existe, nunca encontrei outra Doliria", brinca o filho Mário.

Ficou no papel, assim como 1918 como ano de nascimento. Na prática, porém, foi chamada sempre de Dalila.

Quando morava em Lins, no interior de SP, conheceu Mário Guitti, com quem se casou. Trabalhou como professora primária. Já o marido mexeu com carnes (teve açougue) e com couro (fazia celas, arreios e, no fim da vida, bolsas, que vendia em feiras).

Na capital, lecionou no grupo escolar Alfredo Bresser, em Pinheiros (zona oeste). Deu aulas até os anos 50.

Depois, dedicou-se a cuidar da família, como conta o filho. Séria, brava, mas dona de um "coração enorme", cobrava muito os filhos nos estudos. Um virou engenheiro industrial; o outro, médico.

Para a neta Márcia, a avó continuou sendo sempre professora, até na cozinha -passou adiante suas receitas.

Viúva desde 1979, morreu na quarta-feira (29), aos 93 anos, de falência de órgãos.

A missa do sétimo dia será hoje, às 18h30, na igreja Nossa Senhora do Brasil, em SP.

coluna.obituario@uol.com.br

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.