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Protesto acaba, mas postos continuam sem gasolina

Sindicato prevê que produto termine hoje; etanol e diesel também estão no fim

Estabelecimentos dizem que situação só se normalizará em 3 dias se Kassab flexibilizar regras

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Posto fechado ontem por falta de combustível, na zona sul
Posto fechado ontem por falta de combustível, na zona sul

DE SÃO PAULO

O protesto contra as restrições ao trânsito de caminhões na marginal Tietê acabou na noite de ontem, mas está cada vez mais difícil encontrar gasolina na cidade e na Grande São Paulo.

O Sincopetro (sindicato dos postos) diz que o produto pode acabar ainda hoje na maior parte dos postos e que os estoques de etanol e diesel também estão no fim.

"Passei por 20 postos de combustível. Rodei Perdizes inteiro e não consegui abastecer. Fui na marginal Pinheiros e não tinha nada, na Tietê e não tinha nada", disse o empresário Wagner Heilmae.

Procon e polícia fizeram uma força-tarefa para flagrar postos que aumentaram os preços dos combustíveis.

O Sincopetro prevê que o abastecimento poderá levar até dez dias para normalizar, caso a prefeitura não libere, ao menos temporariamente, a entrega do produto a qualquer hora e em qualquer via.

Caso as regras sejam flexibilizadas nos próximos dias, a situação pode voltar ao normal entre três e quatro dias.

Desde segunda-feira, os caminhões estão proibidos de circular na marginal Tietê e outras 27 vias entre as 5h e as 9h e das 17h às 22h.

O prefeito Gilberto Kassab (PSD), porém, negou o pedido. "Se alterássemos [mesmo por pouco tempo], seria a mesma coisa que ceder ao movimento", afirmou.

Anteontem, Kassab chamou os caminhoneiros em greve de "chantagistas", já que a restrição para esse tipo de carga já existe desde setembro de 2011. O sindicato admitiu que usou o abastecimento de combustível para pressionar a prefeitura a rever as restrições ao transporte de outras cargas.

PETROBRAS

A situação preocupa até mesmo a Petrobras. Ontem, a presidente da empresa, Maria das Graças Foster, disse que intensificou os trabalhos de logística para aumentar "o máximo possível" o volume de gasolina nos postos.

Entre ontem e anteontem, apenas 2 milhões de litros foram distribuídos na Grande São Paulo por 84 caminhões -normalmente são 700, que fazem 2.000 viagens por dia- escoltados pela PM, sendo que apenas 10% disso foi entregue em postos.

O restante foi destinado a serviços essenciais, como transporte público, aeroportos, policiamento e ambulâncias. Em um dia normal, a região recebe entre 20 milhões e 30 milhões de litros.

Apesar de a Justiça ter estipulado na terça-feira multa diária de R$ 1 milhão caso o movimento continuasse, durante o dia só caminhões com escoltas da Polícia Militar e de empresas particulares saíram das distribuidoras.

O Sindicam (sindicato dos caminhoneiros autônomos)diz que defendeu a volta ao trabalho logo pela manhã, mas que não pode controlar a categoria, já que todos são autônomos. No final da noite, caminhoneiros que ainda resistiam retomaram os trabalhos, mas dizem que vão forçar novas negociações.

(EVANDRO SPINELLI, GIBA BERGAMIM JR. E NATÁLIA CANCIAN)

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