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Gerentes são detidos por aumentar preço de combustíveis

Procon e polícia flagram estabelecimentos que fizeram reajuste abusivo; litro da gasolina vai de R$ 2,79 a R$ 5

Ao menos nove foram presos; órgão de defesa do consumidor vê 'oportunismo' no aumento nas bombas

NATÁLIA CANCIAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

O Procon-SP e a Polícia Civil montaram uma força-tarefa para punir os estabelecimentos que, em meio à paralisação, aumentaram o preço dos combustíveis.

Nove gerentes de postos foram detidos até o início da noite de ontem -eles foram liberados após o registro oficial da prática de preço abusivo. A maioria afirmou à polícia que reajustou os valores por determinação dos donos dos postos. A polícia pretende agora ouvir os proprietários.

Entre os funcionários detidos está o responsável por um posto em Santana, zona norte, onde o litro de gasolina chegou a custar R$ 5.

O caso foi revelado ontem pela Folha. Antes, a gasolina comum custava R$ 2,79 e a aditivada, R$ 2,89. Bombas foram lacradas.

Paulo Arthur Goés, diretor-executivo do Procon-SP, classificou o aumento como "oportunismo". Para ele, a crise e o desabastecimento dos postos não justifica o alto reajuste nos preços.

"Os postos não podem sair por aí cometendo abusos justamente numa situação como esta. Não dá para mudar [os valores] da noite para o dia."

Ao todo, cinco equipes do Procon e dez da Polícia Civil participaram da força-tarefa. Caso seja comprovado o aumento abusivo nos preços, os estabelecimentos podem receber multa de R$ 400 a R$ 6 milhões e serem processados.

MAIS DENÚNCIAS

Ontem, o número de denúncias ao Procon sobre o aumento no valor dos combustíveis chegou a 178 -anteontem, foram apenas dez.

Motoristas reclamam da falta de controle dos preços, que não seguem tabela fixa.

"Eles colocam o preço que querem e ficamos a mercê. Quem me garante que não estou recebendo gasolina normal e pagando agora o preço de aditivada?", diz a aposentada Regina Castilho, 60.

Além da multa, os gerentes detidos poderão ser enquadrados nos crimes previstos da lei da economia popular.

Um artigo da legislação diz que comete crime quem "obtém ou tenta obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou de número indeterminado de pessoas mediante especulações ou processos fraudulentos".

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