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Riichi Doi (1923-2012)

Um padre jesuíta vindo do Japão

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

No Japão, onde predominam o xintoísmo e o budismo como religião, os pais de Riichi Doi eram católicos. A mãe sonhava ter um filho padre.

Aos nove anos, o menino veio ao Brasil com a família. Os pais, antes comerciantes de produtos a base de soja, foram trabalhar em fazendas de café no interior paulista.

Quando jovem, estudou num colégio jesuíta, o que lhe despertou o interesse pela vida religiosa. Ingressou no noviciado em 1944, em Baturité (CE) e, poucos anos depois, foi cursar filosofia em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.

Em meados dos anos 50, mudou-se para Tóquio, no Japão, para estudar teologia. Voltou após quatro anos. Em 1957, ordenou-se sacerdote.

Como padre jesuíta, trabalhou com comunidades japonesas em São Paulo, no interior do Estado e no Paraná.

Há 50 anos, fundou a Associação de São José. Começou juntando seis famílias para rezar o terço diante da imagem do santo. Cresceu tanto que passou de 60 famílias, lembra o amigo e também padre Paulo de Arruda D'Elboux.

Trabalhou no colégio São Francisco Xavier, na zona sul da capital, e foi vice-pároco da igreja de São Gonçalo.

Segundo o amigo, padre Doi, como o chamavam, era silencioso e muito dedicado.

A sobrinha Adeli conta que o tio não gostava de dar trabalho para ninguém. Dias atrás, aos 89, ainda dirigia. Sempre ligado às notícias do Japão, recebia jornais de lá.

Há poucos dias, não apareceu para uma missa. Sofrera um aneurisma, que o levou à morte na terça. A missa do sétimo dia será amanhã, às 10h, na capela do colégio São Francisco Xavier, em SP.

coluna.obituario@uol.com.br

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