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Chefe da 1ª UPP leva prêmio de Hillary e Michelle Obama

	Jewel Samad/France Presse
	Major Pricilla Azevedo recebe prêmio de Michelle Obama e Hillary Clinton, em Washington

Policial militar desde 1998, comandante da primeira UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Rio, no morro Dona Marta, em Botafogo (zona sul), a major Pricilla de Oliveira Azevedo, 33, perdeu por alguns segundos a postura rígida de militar e chorou ao receber o Prêmio Internacional Mulheres de Coragem 2012.

O prêmio, criado pelo governo dos EUA, foi entregue ontem pela primeira-dama, Michelle Obama, e pela secretária de Estado, Hillary Clinton, em Washington.

Pricilla foi uma das dez premiadas, todas elas por ações na área de direitos humanos. A seu lado estavam ativistas como Samar Badawi, da Arábia Saudita, e Hawa Abdallah Mohammed Salih, do Sudão.

Ao ser apresentada, Pricilla teve sua atuação descrita por Hillary como "corajosa e dedicada" e seu trabalho apresentado como o de "integrar populações antes marginalizadas à grande comunidade do Rio de Janeiro".

Até um episódio sobre o qual a major não gosta de falar foi lembrado: em 2007, ela sofreu um sequestro-relâmpago em Niterói, região metropolitana do Rio. Identificada como policial, foi espancada, mas conseguiu fugir.

"Ela sempre diz que foi a pior experiência de sua vida. A major achou que ia morrer", contou o soldado Pierre Gomes de Oliveira, 27, que trabalhou sob seu comando na UPP.

A quadrilha foi presa, depois, pela própria Pricilla.

A major comandou os 126 policiais da UPP do Dona Marta de 2008 a 2010. Em sua gestão, criou modelos de mediação de conflitos para melhorar serviços de educação, saúde e coleta de lixo, além de fundar uma feira de artesanato.

"Foi uma das melhores comandantes que tive. Era como uma mãe para todos nós. Ajudava tanto os colegas de trabalho como os moradores da comunidade nos problemas pessoais", disse Oliveira.

Hoje, Pricilla é coordenadora-geral de Programas Estratégicos para as UPPs.