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Corregedoria vai investigar fuga de preso de veículo

Suspeito de roubo estava em carro da Polícia Civil no centro, teria agredido policial e fugido usando algemas

Delegados deram versões diferentes, e coronel da Polícia Militar afirma que pode ter havido uma 'troca'

ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo vai investigar a versão dada por policiais do Deic sobre a fuga de um preso, já algemado, de dentro de carro policial anteontem na capital paulista.

Segundo essa versão, Alex Sandro da Silva Barbosa, 32, foi preso por PMs sob a suspeita de ter participado de roubo a prédio na Vila Madalena (zona oeste).

Levado para o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), teria decidido mostrar aos policiais onde estava o resto do bando -outros quatro comparsas.

Pela versão da Polícia Civil, durante a prisão do suspeito Francisco Clébio Vitoriano Júnior, o Playboy, Barbosa aproveitou estar sozinho com um policial e, após atacá-lo, fugiu algemado. No momento, um outro policial tentava prender Playboy.

Essa versão foi apresentada anteontem pelos delegados Mauro Fachini e Amadeu Ricardo dos Santos, titular e assistente da delegacia especializada em investigar roubos a condomínios.

Os policiais tiveram dificuldades, porém, de explicar detalhes de como se deu a fuga.

Ouvidos em separado pela Folha, Fachini disse que o suspeito, no banco de trás do carro, passou os braços pelo pescoço e usou a algema para estrangular um policial que estava como motorista.

O policial não desmaiou, mas teria ficado sem resistência. O suspeito, então, teria aberto a porta de trás do carro policial e fugido.

Já o delegado Santos deu uma versão diferente. "Um policial foi socorrer o outro e acabou dando esse problema, entendeu?", disse. Se o policial foi ao encontro do outro, em que momento foi sufocado? "Nesse entrevero. Não sei precisar o momento, porque na hora ali eu não estava."

"A gente sabe o que aconteceu, mas o que vale é a versão oficial deles", disse à Folha o comandante da PM responsável pela prisão de Barbosa, o coronel Walmir Martini, comentando a fuga.

Questionado sobre o que aconteceu, disse: "Não posso falar, mas deve ter sido uma troca [a delação pela soltura]. O que vale é a história que saiu deles: que estava lá, que fugiu. Paciência".

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