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Após nova versão de Bruno, defesa de Macarrão renuncia

Advogado alegou ontem 'questão de foro íntimo' para deixar defesa do ex-secretário do jogador de futebol

No domingo, TV Folha revelou que o jogador dirá à Justiça que Eliza está morta e que Macarrão foi mandante

PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE

O advogado de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, ex-secretário do goleiro Bruno Fernandes de Souza, renunciou ontem à defesa do réu.

A renúncia se deu após o defensor de Bruno, Rui Caldas Pimenta, revelar ao TV Folha que o ex-goleiro do Flamengo vai dizer à Justiça, pela primeira vez, que Eliza está morta e que Macarrão foi o mandante.

A mudança de versão é uma estratégia da defesa para que o goleiro se desvincule dos outros sete réus. Segundo Pimenta, o ex-secretário de Bruno "agiu à revelia" do atleta e entregou Eliza para ser morta por ciúmes.

O advogado Wasley César de Vasconcelos alegou "questão de foro íntimo" para deixar a defesa de Macarrão.

A Folha apurou que a renúncia tem relação com uma possível adesão de Macarrão à nova versão de Bruno.

O ex-defensor de Macarrão sempre considerou que a influência de Bruno sobre seu cliente, inclusive financeira, pudesse atrapalhar sua atuação. Pouco antes da renúncia, disse que jamais concordaria que Macarrão aceitasse manobra para favorecer Bruno.

O novo advogado de Macarrão, Leonardo Diniz, não quis falar sobre sua linha de defesa. Questionado se Macarrão pode assumir o crime, disse: "Não posso antecipar nada. Ele vai falar em juízo".

Nos bastidores, advogados e autoridades envolvidos no caso dizem que o goleiro sempre exerceu influência sobre os demais réus.

Antes do crime, com exceção do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola (denunciado sob acusação de matar Eliza), todos os outros sete réus dependiam financeiramente do goleiro, para quem prestavam serviços.

Eliza, a ex-amante de Bruno, cobrava dinheiro dele e o reconhecimento da paternidade de seu filho. Por isso ela foi morta, diz a Promotoria.

O delegado Edson Moreira, responsável pelo inquérito, insistiu que Bruno foi o mandante. Provas disso seriam a mala de Eliza achada queimada no sítio do goleiro e o fato de o bebê ter sido deixado com a ex-mulher do goleiro.

Moreira disse que a nova estratégia da defesa de Bruno era esperada e que uma indicação disso é que Macarrão nunca deu declarações à polícia ou à Justiça.

O Ministério Público, que denunciou Bruno sob acusação de homicídio, disse que a nova defesa não interfere na sua posição.

Ainda não há data prevista para o julgamento.

Colaborou RODRIGO VIZEU, de São Paulo

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