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Loira da gangue tinha vida dupla, diz polícia

Suspeita de integrar quadrilha tem casa própria, marido e filho em Curitiba e era motivada por 'adrenalina', afirma delegado

Grupo é suspeito de ser o autor de uma série de crimes em estacionamentos de shoppings paulistanos

ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO
MARINA GAMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Emprego, apartamento próprio em Curitiba, casamento e um filho de dois anos não bastavam para a paulistana Carina Geremias Vendramini, 25 -ela queria "adrenalina", diz a polícia.

Escondida do marido e dos amigos, viajava de avião para São Paulo, onde se transformava, segundo investigadores, em uma das "Bonnies" da agora famosa "Gangue das Loiras", um grupo de mulheres responsável por uma série de sequestros-relâmpagos.

A mulher e mãe zelosa, de voz doce, transformava-se numa violenta criminosa, de arma em punho e linguajar chulo na boca, dizem policiais.

O nome "Bonnie" é referência à mulher do casal de ladrões dos EUA, na década de 30, que teve sua história imortalizada pelo filme "Bonnie e Clyde". Na "Gangue das Loiras", todas eram chamadas assim e Wagner Gonçalves, único homem suspeito de integrar o grupo, era "Clyde".

"O caso dela [Carina] é para ser estudado pela criminologia. Essa mulher deixava sua vida confortável em Curitiba para vir cometer crimes em São Paulo. Para ela, era uma aventura, pura adrenalina", disse o delegado Alberto Pereira Matheus Júnior.

De acordo com a polícia, a "Gangue das Loiras" pode estar envolvida em cerca de 50 crimes desde 2008. A maioria utilizando violência.

Carina foi presa em seu apartamento no dia 9, em Curitiba. A prisão ocorreu na frente do marido e do filho.

"O marido não acreditava. E até agora não acredita. Pensa que estão confundindo com a irmã dela, a Vanessa", disse o delegado responsável.

A irmã é suspeita de integrar a gangue e está foragida.

A prisão de Carina foi divulgada somente na noite de anteontem pela polícia.

De acordo com os investigadores, Carina chegou a ser presa em 2008 por suspeita de roubo à residência. Após ser absolvida, foi mandada pela família à Nova Zelândia.

Lá, conheceu o atual companheiro, que estudava naquele país. Após um período de namoro, ela engravidou e ambos voltaram para o Brasil para morar em Curitiba.

Carina nega seu envolvimento na gangue e diz ser mais uma vítima. O marido acredita nisso, segundo policiais.

O delegado Matheus Júnior diz não haver dúvidas do envolvimento de Carina. Duas vítimas a reconheceram.

Uma delas foi alvo da quadrilha no dia 11 de dezembro passado, na zona sul. Nesse dia, Carina teria faltado do trabalho. A vítima, segundo a polícia, falava da tatuagem de flor no pescoço da criminosa -o desenho foi encontrado em Carina.

"Eu nunca vou me esquecer de você. Dos tapas que me deu, dos cabelos que me puxou e das coronhadas que me deu", disse a vítima para Carina, segundo a polícia, durante o reconhecimento.

FOLHA.com
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