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Salvador Mitidiero (1923-2012)

Administrador que adorava fotos

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Com medo dos gastos que poderia ter, Salvador Mitidiero não procurou o médico. Estava com 14 anos quando a lesão no nervo óptico tirou-lhe a visão do olho esquerdo.

Antepenúltimo de dez irmãos, nasceu em Araçatuba (SP). Lá, o pai, imigrante italiano, teve uma grande marcenaria, onde Salvador começou na labuta, ajudando-o.

Por volta dos 18 anos, foi trabalhar para os Matarazzo. Primeiro, em Araçatuba; depois, em Presidente Prudente. Sempre em funções administrativas, iria se aposentar em 1981, como gerente da companhia de navegação dos Matarazzo em Santos, para onde havia ido em 1965.

Foi amigo do conde Chiquinho, que até o mandou para Barcelona para que pudesse tratar da vista. Na casa de Salvador, na hora do lanche, só podia ter as bolachas fabricadas pela família Matarazzo.

Apaixonado por fotografia, ganhou prêmios. Importava filmes e revelava suas fotos.

Como sonhava em conhecer os EUA, resolveu estudar inglês e acabou dando aulas numa escola de línguas de Presidente Prudente. Viajou à América do Norte em 1995.

Após descobrir o computador, passava horas na frente da máquina colecionando fotos. Há alguns anos, porém, perdeu a visão do outro olho.

A frustação por não poder ver foi o deixando deprimido. O filho médico animava-o dizendo que a medicina avançava e que era questão de tempo para voltar a enxergar.

Morreu no domingo (18), aos 89 anos, de falência de órgãos. Teve cinco filhos, nove netos e um bisneto. A missa do sétimo dia será realizada no sábado, às 18h, na igreja São Dimas, em São Paulo.

coluna.obituario@uol.com.br

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