Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Entrevista

Não há arma 100% segura, diz instrutor de Taser

AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO

Instrutor das armas Taser no Brasil, o policial civil gaúcho Antônio Risso diz que não há armas 100% seguras. "Qualquer arma pode ser letal, dependendo da forma que for usada."

Em entrevista à Folha, ele disse que a empresa orienta a não dar mais que um choque por vez.

-

Folha - É certo dar mais do que um choque com o Taser?
Antonio Risso - A orientação é que seja feito só um disparo. A pessoa leva o choque por cinco segundos e tem os movimentos limitados por causa da contração muscular. Dá tempo de ser imobilizada.

Qual a voltagem do choque?
No capacitor da arma chega a 50 mil volts. Mas por conta da distância percorrida e do tempo que o dardo leva para atingir a pessoa há certa perda da energia. Essa voltagem cai para 5.000. O que traria problemas é a amperagem.

E são quantos ampères?
É uma amperagem segura: 0,0036 ampère. É muito menos do que numa tomada de 110 volts, que tem. A tomada tem 16 ampères. É muito mais perigoso a pessoa ficar exposta a essa amperagem do que a da arma.

O Taser é 100% seguro? Pode-se dizer que ele é uma arma não-letal?
Não. Qualquer arma pode ser letal, dependendo da forma que for usada. Cada pessoa tem susceptibilidade diferente para dor ou estresse. Os testes em pessoas saudáveis mostraram que, das armas disponíveis, o Taser é a mais segura.

Mas há vários relatos de mortes por todo o mundo.
O efeito pode ser agravado pelo uso de drogas ou de álcool. Nunca foram feitas pesquisas nessas ocasiões.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.