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Registros de roubo a bancos têm falhas

Estatística da polícia mostra que de 40 casos de 'roubo a banco' na capital, nove foram registrados erroneamente

Crime contra loja de material de construção, por exemplo, foi classificado como roubo a banco por delegado

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

Os registros da Polícia Civil de São Paulo sobre os roubos contra bancos são falhos.

É o que revela um levantamento feito pela Folha a partir de 40 boletins de ocorrência registrado como "roubo a banco" e que dão embasamento para as investigações.

Dos 40 "roubos a bancos" rastreados, nove (22,5%) foram crimes contra mercadinhos, lojas de material de construção e outros tipos de comércios que têm caixas eletrônicos em suas dependências. Nesses casos, os crimes deveriam ter sido registrados como roubos comuns.

Há, ainda, os casos de clientes que foram roubados quando saiam dos bancos após sacar dinheiro -a chamada "saidinha de banco"-, mas os delegados responsáveis pelo registro do crime erraram ao classificá-lo como "roubo a banco".

DISTORÇÕES

Ao ser confrontado com os dados levantados pela Folha, o chefe da Polícia Civil paulista, delegado Marcos Carneiro Lima, disse que irá revisar os padrões para os registros desses crimes em São Paulo a fim de evitar distorções (leia texto nesta página).

Os 40 casos registrados como "roubos a banco" analisados pela reportagem ocorreram na capital paulista entre os dias 1º de janeiro e 15 de março.

Dois dos nove casos registrados como roubo a banco de maneira errada foram na área do 47º Distrito Policial (Capão Redondo), na zona sul de São Paulo.

Em um deles, ladrões atacaram o cliente de uma pequena loja de materiais de construção quando ela ia fazer um depósito em dinheiro em um caixa eletrônico.

O delegado que registrou a ocorrência classificou o roubo comum como sendo um "roubo a banco".

OUTRO LADO

De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública, as estatísticas criminais de São Paulo "são alimentadas a partir de planilhas preenchidas pelas unidades policiais territoriais ou especializadas e revisadas sucessivamente".

Ainda segundo a pasta, os dados criminais são "auditados pela CAP [Coordenadoria de Análise Planejamento] antes de serem publicados no dia 25 de cada mês".

Colaborou LUCCA ROSSI

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