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Hopi Hari é reaberto com distribuição de ingressos

Parque ficou fechado 22 dias após morte de adolescente em uma atração

Funcionários afirmam que receberam cinco ingressos cada para levar conhecidos; filas chegavam a uma hora

TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO

Com a distribuição de ingressos gratuitos para amigos e parentes de funcionários, o Hopi Hari reabriu suas portas lotado ontem.

O parque permaneceu 22 dias fechado para a perícia, após a morte da adolescente Gabriella Yukari Nichimura, 14, no brinquedo La Tour Eiffel em 24 de fevereiro.

A reabertura aconteceu após a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta, pedido pelo Ministério Público, que trouxe exigências como a dupla checagem de travas e ajustes na segurança de alguns brinquedos.

A assessoria de imprensa do parque não divulgou o número de presentes, mas a espera nas filas para algumas atrações era de uma hora.

Segundo informações de funcionários, cada um ganhou cinco ingressos, que só poderiam ser usados ontem. De acordo com eles, o parque faz esse tipo de ação uma vez por ano, geralmente em período de baixo movimento, como férias escolares. Neste ano, ela já havia acontecido.

"Eles sabiam que teria cobertura da imprensa e mandaram trazer toda a família", disse um dos convidados, que preferiu não se identificar.

A imprensa estava no local e foi "escoltada" pelo parque pela assessoria do Hopi Hari que afirmou que a distribuição de ingressos não foi "estratégia" para lotar o local e, sim, uma ação de rotina.

INOPERANTES

Ontem, oito brinquedos estavam inoperantes - cinco deles estavam em manutenção - os outros três, Simulakron, West River e La Tour Eiffel, devem passar por adaptações na segurança.

Gabriella sentou em uma cadeira do brinquedo La Tour Eiffel que deveria estar desativada. Por isso, o colete de segurança não foi travado.

A jovem caiu de uma altura de cerca de 25 metros e morreu a caminho do hospital. A Polícia Civil investiga o caso e diz que ao menos quatro pessoas podem ser indiciadas sob suspeita de homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

Nos últimos 20 dias, as atrações e seus procedimentos de operação passaram por avaliações técnicas feitas por órgãos como Ministério Público, Ministério Público do Trabalho, CREA (conselho de engenharia e agronomia), IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), Bombeiros e TÜV SÜD Industrie Service, uma empresa alemã que audita parques.

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