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Novo 'apagão' de trens acaba em quebra-quebra e prisões

Problema em linha que liga centro paulistano a Jundiaí afeta 90 mil pessoas

É a quinta pane no sistema neste ano; desta vez, passageiros ficam revoltados e depredam estação

LUISA PESSOA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Novo "apagão" no sistema estadual de trens metropolitanos de São Paulo causou revolta de passageiros e acabou em quebra-quebra numa estação da Grande São Paulo. Seis pessoas foram detidas.

A circulação de trens da linha 7-rubi da CPTM, que liga o bairro da Luz, no centro paulistano, a Jundiaí, cidade do interior, foi interrompida por causa de mais um defeito no sistema elétrico da rede -foi a quinta pane no sistema de trens metropolitanos da CPTM desde janeiro.

O gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) atribui a série de problemas ao crescimento súbito do número de passageiros -o aumento da circulação de trens acaba sobrecarregando a rede elétrica.

TUMULTOS

A falha de ontem afetou a vida de 90 mil pessoas (420 mil circulam na linha diariamente). Ela ocorreu às 7h, no trecho do sistema que passa pelo centro da capital. O problema, então, se espalhou.

Meia hora depois, a estação da cidade de Francisco Morato, que integra a linha, passou a ser depredada por passageiros revoltados. Eles quebraram catracas e botaram fogo numa bilheteria.

"Uma amiga chegou a desmaiar por causa do spray jogado pelos guardas", disse Maria de Lourdes, 37, que chegou à estação às 7h30.

O local ficou fechado por horas. Centenas de passageiros deixaram os trens e caminharam pelos trilhos.

Por volta das 11h, a PM foi chamada para esvaziar a estação. Então houve novos confrontos. Entre os seis detidos pela PM, dois levavam bombas de fabricação caseira. Eles permaneciam presos até a conclusão desta edição. Os outros foram liberados.

"Acho triste quem tenta aproveitar estas situações para fins políticos", disse Jurandir Fernandes, secretário de Transportes Metropolitanos. "O que ocorreu é grave."

Segundo o governo, o restabelecimento do serviço demorou duas horas porque as pessoas foram para os trilhos imediatamente após a pane. Para Fernandes, os trens poderiam ter voltado ao normal em 20 minutos caso ninguém estivesse nos trilhos.

A estação Francisco Morato reabriu as portas às 16h10. Sem catracas, o governo diz que as pessoas poderão usar os trens de graça até a reinstalação das máquinas, o que deve ocorrer em três dias.

A confusão de ontem não ficou restrita à estação Francisco Morato. Entre Pirituba e Vila Clarice, na capital, passageiros depredaram uma composição. "Foi preciso quebrar janelas para sair do trem", disse Laís Botareli, 18.

Colaborou EDUARDO GERAQUE, de São Paulo

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