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Violência cresce no DF após 'operação tartaruga' da PM

Para pressionar o governo a reajustar os salários, parte dos policiais militares evita atender aos chamados

De janeiro a março, 197 homicídios foram registrados; aumento da violência derrubou comandante da PM

JÚLIA BORBA
DE BRASÍLIA

O aumento da violência -devido a uma "Operação Tartaruga"- derrubou ontem o comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, Sebastião Gouveia.

Desde o dia 15 de fevereiro, parte dos policiais militares na capital decidiu pressionar o governador Agnelo Queiróz (PT) por aumento salarial.

Para isso, atrasam o atendimento das ocorrências, evitam atender chamadas corriqueiras e diminuem o policiamento ostensivo.

O Corpo de Bombeiros chegou a fazer uma reclamação formal de que a PM não atendeu a uma chamada.

O salário de um PM do Distrito Federal é o mais alto do setor no país. O valor está hoje em torno de R$ 4.500.

Apesar disso, a categoria reivindica a equiparação com outros setores do Distrito Federal, como a Polícia Civil.

"A gente tem a segurança extensiva da PM como um dos pilares da segurança. A partir do momento em que se deixa de cumprir essa missão legal e constitucional, somos obrigados a tomar providências", disse o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, para justificar a demissão do comandante.

Gouveia será substituído pelo secretário-adjunto de Segurança, Suany Santana.

O próprio secretário admitiu o aumento da criminalidade. "A violência aumentou significativamente nesse período. Queremos que a situação se normalize, mas sabemos que não será a partir de amanhã", lamentou Avelar.

De janeiro a março deste ano, foram registrados 197 homicídios no Distrito Federal. Em 2011 foram registrados 722. Durante a Semana Santa foram pelo menos sete sequestros relâmpagos.

ANALISTA DO BC

Na sexta-feira, Saulo Batista Jansen, analista do Banco Central, foi assassinado com um tiro em um assalto quando estava com a mulher, a filha de cinco meses e dois casais de amigos em uma lanchonete da Asa Norte, bairro nobre da capital.

O crime ocorreu por volta das 20h. Um assaltante de 21 anos havia roubado clientes e, ao fugir, se voltou e deu um tiro que acertou Jansen no peito. O analista chegou a ser levado para um hospital, mas não resistiu ao ferimento.

Reportagem do jornal "Correio Braziliense" no domingo informou que policiais "comemoraram" o aumento da criminalidade em redes sociais na internet.

"Quero agradecer pela ação do bandido, que trouxe à tona nosso movimento", afirmou um dos policiais, segundo a reportagem.

O secretário Avelar disse que a pasta tenta identificar os responsáveis pela "Operação Tartaruga" e pelas mensagens na internet e puni-los.

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