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Severina, 34

'Não quero que ninguém sofra o que eu sofri'

DE SÃO PAULO

Grávida de quatro meses de um feto sem cérebro, Severina Ferreira estava internada em um hospital no interior de Pernambuco na mesma tarde em que o STF cassou a permissão para interromper a gestação. Era 20 de outubro de 2004.

A agricultora teve de deixar o hospital no mesmo dia. "Foi um grande sofrimento. Sabia que o nenê não ia viver e tive que conviver com isso por mais quatro meses", lembra ela, hoje com 34 anos.

Severina ainda tentou um alvará na comarca de Chã Grande, onde mora, e em outros fóruns da região, mas não conseguiu interromper a gestação. Outras maternidades também não aceitaram.

A gravidez seguiu até quase o oitavo mês, quando ela teve um parto natural. O bebê nasceu morto.

A agricultora e o marido Rosivaldo têm um filho de 12 anos e sonhavam com um segundo.

Depois da experiência com a anencefalia, desistiram da ideia.

Amanhã, Severina, estará na primeira fila de um dos julgamentos mais longos da história do STF.

"Não quero que nenhuma outra mulher sofra o que eu sofri. Espero que essa novela acabe amanhã."

Sua história virou tema de um documentário ("Uma História Severina") que já ganhou 17 prêmios nacionais e internacionais.

O filme foi traduzido para sete idiomas.

(CC)

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