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Bebê recebe ácido em vez de sedativo em MG

Técnica de enfermagem confundiu os dois produtos, que têm frascos e cores semelhantes, segundo o hospital

Ele teve queimaduras graves no esôfago e, embora não corra risco de morrer, seu estado preocupa, diz médico

PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE

Um menino de dois anos está internado em um hospital de Belo Horizonte por causa do erro de uma técnica de enfermagem. Ela deu ácido usado para cauterizar verrugas para o garoto beber, no lugar de um sedativo.

Segundo o Hospital Felício Rocho, onde o menino está internado desde anteontem, o estado dele é grave, porém estável. Sofreu queimaduras de terceiro grau no esôfago, mas não corre risco de morrer.

O erro ocorreu no domingo, no Hospital Infantil São Camilo, particular. Os pais da criança levaram-na à instituição após ele levar um tombo em casa, em Venda Nova.

Após ser examinado, foi encaminhado para realizar uma tomografia na cabeça, o que exige a ingestão de um sedativo líquido. Foi quando ocorreu o engano. Segundo o hospital, os frascos das drogas têm a mesma cor e praticamente o mesmo tamanho.

O caso só não foi mais grave porque o menino cuspiu grande parte do ácido.

A mãe, Érica de Castro, percebeu o problema quando a família já estava em casa. A criança retornou ao hospital de ambulância.

De acordo com o coordenador da UTI pediátrica do Hospital Felício Rocho, Waldemar Henrique Fernal, "as condições gerais do menino são boas, as funções vitais estão preservadas, ele está lúcido e consciente", mas a situação ainda preocupa.

"A esofagite inflamatória ainda pode progredir e resultar em estenose, o estreitamento do esôfago. Isso pode determinar a necessidade de dilatações do esôfago e até mesmo cirurgia", afirmou.

Segundo ele, o menino ficará internado por ao menos mais duas semanas.

Em nota, a direção do hospital São Camilo lamentou o ocorrido e disse que está dando assistência à família. Questionada sobre as condições de armazenamento dos medicamentos, a assessoria do hospital disse que esse e outros detalhes serão apurados em um processo interno.

A técnica de enfermagem, que não teve o nome divulgado, foi afastada. O caso será investigado pela polícia.

FORMAÇÃO

Para o Conselho Regional de Enfermagem de MG, vários são os fatores que podem levar um profissional a cometer um erro. "Falta de formação adequada ou de capacitação, um problema pessoal que interferiu na hora do trabalho ou o próprio cliente favorecer o erro", disse a diretora Angela Fátima Silva.

Todo erro é analisado pelo conselho, que pode abrir ou não um processo interno.

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