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Trio suspeito de canibalismo é preso em PE

Segundo a polícia pernambucana, acusados confessaram ter matado e comido parte dos corpos de ao menos 3 mulheres

Suspeito escreveu livro narrando detalhes do que teria sido um dos crimes; eles disseram fazer parte de uma seita

DANIEL CARVALHO
DE SÃO PAULO

Uma história que inclui mortes em série, canibalismo e ocultação de cadáveres chocou Garanhuns, no agreste pernambucano.

A Polícia Civil prendeu anteontem três pessoas suspeitas de matar, esquartejar, comer e enterrar partes dos corpos de ao menos três mulheres. O trio confessou os crimes, segundo a polícia.

Os suspeitos moravam juntos e tiveram a casa incendiada ontem, o que pode prejudicar as investigações.

Os detalhes do primeiro homicídio foram contados em um livro de 48 páginas escrito e registrado em cartório por um dos suspeitos, Jorge Negromonte da Silveira, 51.

Ele é casado com Isabel Cristina Torreão Pires da Silveira, 51, e amante de Bruna Cristina Oliveira da Silva, 25.

Uma menina de cinco anos vivia com eles e presenciou os dois crimes mais recentes, segundo a polícia. Ela seria filha da primeira vítima, Jéssica, morta em 2008, em Olinda (PE), aos 17 anos.

Jorge teria usado o nome do irmão para registrar a criança como sua filha na Paraíba.

Em depoimento, os suspeitos disseram que, um ano após a morte de Jéssica, jogaram seus ossos em um terreno baldio. A polícia acredita que eles não serão achados.

Segundo a polícia, a família de Jéssica confirma que a jovem e sua filha estavam desaparecidas desde 2008.

LIVRO

No livro, a amante de Jorge, Bruna, aparece com o nome de Jéssica, porque assumiu a identidade da vítima.

"Ao olhar para o corpo já sem vida da adolescente do mal, sinto um alívio. Pego uma lâmina e começo a retirar toda a sua pele, e logo depois a divido. Eu, Bel e Jéssica nos alimentamos com a carne do mal, como se fosse um ritual de purificação, e o resto eu enterro no nosso quintal", diz um trecho.

Segundo a polícia, o texto foi registrado em 28 de março deste ano com o título "Revelações de um esquizofrênico".

Anteontem, a polícia encontrou os corpos esquartejados de Gisele Helena da Silva, 31, e Alexandra Falcão, 20, enterrados no quintal da casa dos suspeitos, em Garanhuns. As duas tinham desaparecido no começo do ano.

Para atrair as vítimas, o trio oferecia um emprego de babá, segundo a polícia.

O delegado Wesley Fernandes chegou aos suspeitos após eles usarem o cartão de crédito de Gisele. "Inicialmente eles negavam o tempo todo, mas a criança falou. Ela viu tudo. Contou detalhes. Disse que o pai tinha mandado elas para o inferno."

Depois que a menina falou, Isabel indicou onde estavam os corpos, diz a polícia. Segundo o delegado, os três contaram que retiraram o coração e o fígado das duas mulheres e que comeram os fígados.

Em depoimento, os suspeitos disseram fazer parte de uma seita chamada Cartel. "Eles escolhiam as vítimas sob comando de uma entidade [espiritual] que dizia que as vítimas não prestavam e estavam superpovoando a Terra", disse o delegado.

Os três estão presos e, segundo a polícia, ainda não têm advogado.

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