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Armando Dias Soares (1935-2012)

Teve um famoso bar em Manaus

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Armando Dias Soares, nascido numa aldeia portuguesa, saiu de seu país aos 17 anos porque a situação da Europa no pós-guerra não estava nada fácil. Veio com o tio que já vivia no Brasil e três primos.

Em Manaus (AM), trabalhou com patrícios, mas o salário era muito baixo. Insatisfeito por ter viajado tanto para continuar em dificuldade, passou a ir até o mercado da cidade, onde conseguiu uma banca para cortar carnes.

Como lembra a filha Ana Cláudia, o pai trabalhou ainda em bares. Em 1971, casou-se com a também portuguesa Maria de Lourdes, que herdara do irmão uma mercearia.

O casal decidiu transformar o negócio em bar quando começou a perder seus clientes para os supermercados.

Por causa da cerveja gelada e do sanduíche de pernil que ainda serve, o local (chamado Casa Nossa Senhora de Nazaré, mas conhecido como Bar do Armando) tornou-se muito popular e o mais tradicional bar de Manaus. Sua localização ajuda: há anos está no mesmo ponto, próximo ao famoso Teatro Amazonas.

Segundo a filha, o pai era brincalhão e gostava de pregar peças nos clientes. Alguns deles, porém, o consideravam rabugento.

Nos anos 80, ajudou a fundar no bar a Bica (Banda Independente Confraria do Armando), que desfila pelas ruas nos Carnavais. Neste ano, a banda não saiu porque Armando estava internado.

Tinha leucemia havia 18 anos e, há dois anos, descobriu uma hepatite C. Morreu na terça-feira (10), aos 77 anos, de falência de órgãos e choque séptico. Teve duas filhas e um neto. A família diz que irá manter o bar.

coluna.obituario@uol.com.br

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