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Robôs roubam a cena em feira de segurança no Rio

Expositores de 14 países apresentaram as tendências mundiais na área

Empresas estão de olho no mercado de segurança brasileiro por conta de grandes eventos, como a Copa

RICARDO BONALUME NETO
DE SÃO PAULO

"Essa coronha não está legal, ela está curta", dizia um visitante da exposição LAAD Security 2012, realizada na semana passada no Rio.

Ele manuseava um fuzil automático russo, e aparentava conhecer do assunto. No estande ao lado, uma recepcionista bonita estava fantasiada de policial de filme pornô: saia preta muito curta, meia arrastão, blusa azul apertada com decote generoso, algema, cassetete e boné.

Cenas insólitas fazem parte de uma exposição de material de segurança pública, que inclui de escudos antimotim a diversos modelos de robôs para remoção de bombas. Mas a feira realizada no Riocentro tinha razão de ser.

Empresas de todo o mundo estão de olho no mercado de segurança brasileiro por conta de grandes eventos, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Outra área que também atrai é a segurança das plataformas de petróleo na costa do país, contra atos de terrorismo, pirataria, ou desastres ambientais.

Por trás de tudo isso está o significativo aumento das tecnologias de monitoramento eletrônico e computacional dos últimos anos. Grandes cidades monitoram ruas com milhares de câmaras; empresas protegem seus ativos; forças de segurança pública procuram meios para prevenir crimes e controlar multidões.

Essa foi a primeira edição da LAAD Security, uma derivação da feira bianual de defesa LAAD (Latin America Air & Defence), realizada desde 1997 (quando teve 30 expositores e seis delegações oficiais de vários países); a feira de 2011 teve 663 expositores e 63 delegações). A LAAD Security 2012 ainda é pequena em comparação: 146 expositores de 14 países.

Entre os equipamentos "na moda" na área estão câmaras de diversos tipos para monitoramento de populações, com destaque para as que enxergam no escuro ou em condições ruins de visibilidade, usando tecnologias baseadas em laser ou radiação infravermelha (detecção de calor).

Essas câmaras podem ser fixas para proteger o perímetro de instalações; e há modelos portáteis para uso de policiais. Como detectam o calor do corpo, podem descobrir se há uma pessoa do outro lado de uma parede.

Mas boa parte delas é feita para voar. A febre mundial dos últimos anos são os VANTs (Veículos Aéreos Não-Tripulados), que podem ser do tamanho de um aeromodelo ou de um pequeno avião. Tipo de câmara otimizada para vigilância de fronteiras.

Um bom exemplo dessas capacidades foi citado por Marcio Goes, engenheiro de vendas da FLIR Systems do Brasil, parte de uma empresa americana especializada em visão por infravermelho.

Ele estava em um barco demonstrando a câmara térmica com agentes da Polícia Federal quando ela detectou prováveis contrabandistas em uma noite escura, navegando sem luzes. Os policiais só não fizeram a apreensão por recearem que Goes e outro civil a bordo se ferissem.

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