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Prefeito gaúcho pede que cidade se prepare para o fim do mundo

Político quer que 20 mil moradores estoquem mantimentos

NATÁLIA CANCIAN
DE SÃO PAULO

"Estamos diante de uma realidade científica. Estamos nos aproximando de um cinturão de fótons." É assim que o prefeito de São Francisco de Paula (RS) começa sua explicação sobre o que ele afirma que irá ocorrer em 21 de dezembro de 2012 (o fim do mundo, segundo os maias).

Enquanto a data não chega, Décio Colla (PT) -um médico de 67 anos e três mandatos- tem pedido aos 20 mil habitantes que guardem alimentos, remédios, combustível e lenha (a cidade, a 907 metros de altitude, é uma das mais frias da serra gaúcha).

Para o prefeito, o Brasil pode sofrer com um tsunami por estar entre as placas tectônicas sul-americana e africana.

Temerosos, alguns moradores começam a montar um kit de sobrevivência. O próprio prefeito encomendou uma quantia extra de merenda escolar e remédios com verbas do orçamento. Na área rural, um agricultor conta que guarda alimentos.

Mas nem todos levam a previsão a sério. "Ele [prefeito] quer desviar a atenção porque roubou milhões", diz outra moradora, referindo-se a duas ações civis públicas abertas pelo Ministério Público Federal por suspeita de improbidade administrativa.

Em uma delas, o prefeito responde pela aplicação irregular de R$ 1,6 milhão recebidos do governo federal para recuperar pontes, bueiros e estradas após um vendaval que atingiu a cidade em 2005.

Segundo o procurador Fabiano de Moraes, parte das obras não foi feita. O prefeito diz que concluiu o projeto.

Para o vereador Assis Tadeu Barbosa Velho (PSDB), só o alerta para o tsunami já é motivo para impeachment.

O professor do departamento de geologia da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) Roberto Cunha brinca que o máximo que pode acontecer é um meteoro cair na cidade.

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