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Perícia irá dizer se corpo na Argentina é de brasileira

Pedreiros acharam ossadas sob piso de apartamento em Buenos Aires

Brasileira que vivia no local está desaparecida desde 1997; vizinho de andar disse nunca ter notado nada estranho

MÁRCIA CARMO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BUENOS AIRES

Um corpo em decomposição, embrulhado num lençol já puído, foi encontrado na sexta-feira, por acaso, por pedreiros que faziam uma reforma no apartamento 1 J no primeiro andar do edifício 951 da av. Corrientes, a 50 m do Obelisco, símbolo de Buenos Aires.

Os pedreiros interromperam a obra e procuraram a polícia. Os policiais terminaram de abrir o lençol e confirmaram ser "restos humanos". O "embrulho", disseram, estava sob o assoalho de um dos cômodos do imóvel.

Segundo a polícia, junto à ossada, que mantinha os cabelos castanhos, estava a identidade de uma brasileira, Teresa Pereira da Silva, desaparecida há 15 anos.

Uma perícia nesta semana vai determinar se o corpo é mesmo de Teresa, segundo a Polícia Federal argentina.

As primeiras informações indicam que Teresa era conhecida como a "pianista" e viva com um argentino quando sumiu, aos 50 anos, em 1997.

Na ocasião, o marido, de 60 anos, procurou a polícia e informou que, após uma briga, ela foi para o Brasil. Ele era o principal suspeito pelo desaparecimento e continuou no apartamento até morrer, três anos mais tarde, por problema pulmonar.

A família acionou a polícia já em 1997, diante da falta de notícias da mulher. O caso era investigado pela Interpol, que não quis dar informações.

'CASA DOS HORRORES'

No prédio, moradores se disseram surpresos.

"Sei apenas que aí morou um casal, ela brasileira e ele argentino, e que encontraram um corpo. Mas jamais senti mau cheiro ou sinal estranho", disse, por interfone, um morador do primeiro andar.

"Morei aqui até o ano 2000, mas agora vim só por curiosidade. Depois de ler as matérias nos jornais, aqui agora é a casa dos horrores", afirma uma argentina que se identificou como María.

Segundo o Itamaraty, a família de Teresa não havia procurado as autoridades brasileiras até a conclusão de edição.

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