Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

PF faz hoje operação-padrão nos aeroportos

Categoria é contra terceirização de funções de policiais; agentes federais farão assembleia e ameaçam paralisação

Agentes afirmam que vão fiscalizar todos os passageiros; ideia é aumentar filas para quem viaja para fora

DE SÃO PAULO

Uma manifestação de agentes da Polícia Federal programada para hoje nos principais aeroportos do país pode trazer problemas aos passageiros que embarcarem em voos rumo ao exterior.

A federação dos policiais federais marcou uma "operação-padrão" na imigração, em protesto contra a terceirização no setor pela PF.

As empresas aéreas orientam os passageiros a chegar mais cedo aos aeroportos.

Os agentes da PF pretendem verificar, um a um, se os passageiros têm impedimentos criminais e/ou judiciais para deixar o Brasil, algo que hoje ocorre por amostragem.

O tempo que cada passageiro leva para passar na imigração quadruplicará, estima o sindicato dos policiais federais em São Paulo; em vez de de um minuto e meio, serão até seis minutos.

Se isso de fato acontecer, haverá filas, especialmente nos aeroportos mais movimentados, como Cumbica, em Guarulhos (Grande SP).

A inspeção das bagagens submetidas ao raio X será acompanhada pelos agentes, que podem pedir para o passageiro abri-la; atualmente, terceirizados da Infraero desempenham a função e os agentes só observam.

TERCEIRIZAÇÃO

A federação dos policiais federais argumenta que a terceirização de funções pela Polícia Federal é excessiva e deveria ser corrigida pela contratação de servidores, por meio de concursos.

Em Cumbica, por exemplo, uma empresa contratada faz a checagem dos passaportes; os policiais monitoram e só atuam se houver problema.

Um terceirizado ganha menos de R$ 1.000 mensais; um agente, R$ 7.500, na média.

O Tribunal de Contas da União deu até o final do ano para a PF acabar com os terceirizados na imigração.

A Polícia Federal sustenta ter aval do TCU para manter os terceirizados e que a situação se justifica para dar mais rapidez e conforto aos passageiros que embarcam. Eles apenas registram a entrada e a saída das pessoas do país, segundo a PF. Fiscalizar e decidir quem entra e quem não entra no país continua uma atribuição dos policiais, diz.

A instituição não se manifestou sobre a operação padrão. Uma assembleia da categoria acontece na semana que vem. Entre as possibilidades está a de haver greve.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.