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Presidente do Hopi Hari, vice e mais nove são indiciados

Onze funcionários do parque vão responder pelo acidente que matou Gabriella Nichimura, 14, em fevereiro deste ano

Delegado afirma que apontados como responsáveis foram 'omissos, negligentes e imprudentes' no caso

MARÍLIA ROCHA
DE CAMPINAS

A Polícia Civil de Vinhedo (79 km de SP) vai indiciar 11 pessoas sob suspeita de homicídio culposo (sem intenção) pelo acidente que matou uma jovem no Hopi Hari. Entre elas, o presidente e o vice do parque.

"Todos foram omissos, negligentes e imprudentes. Alguns mais do que outros, mas cada um teve uma participação", disse o delegado Álvaro Santucci Noventa Júnior.

Se condenados, os 11 poderão ter penas de um a três anos.

Gabriella Yukari Nichimura, 14, morreu em fevereiro após cair do brinquedo La Tour Eiffel, que simula queda livre. Ela sentou-se em uma cadeira que deveria estar inoperante e com a trava acionada.

Segundo o delegado, um dia antes três técnicos de manutenção tiraram uma peça desse assento para usar em outro e um deles notou que o colete de segurança se abria.

"Um falou para o outro, mas ninguém lembrou de travar o dispositivo", afirmou.

No dia seguinte, o operador Marcos Antonio Leal viu que o colete estava "frouxo" -ele deveria ficar fechado para que ninguém se sentasse ali.

Mesmo assim, nem ele nem os outros operadores notaram que a garota se sentou no local. "Foram relapsos, displicentes e imprudentes."

O presidente Armando Pereira Filho e o vice Cláudio Guimarães serão indiciados, diz o policial, pois não cumpriram com a obrigação de informar sobre o perigo que o visitante corria se se sentasse ali. "Eles têm poder de mando e auferem lucros com esse serviço."

Noventa Júnior afirmou que a Promotoria poderá investigar outro crime: quem travou a cadeira após o acidente, levando a polícia a crer que ela não havia sido utilizada. Disse que acredita ter havido má-fé, mas que não foi possível identificar por parte de quem.

Por e-mail, os pais de Gabriella afirmaram que o indiciamento não os fará esquecer o "pesadelo" que estão vivendo, mas que "a Justiça irá demonstrar que os responsáveis não ficarão impunes".

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