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Plano tenta integrar semáforos paulistanos

CET afirma que nova tecnologia desenvolvida pela USP permitirá expansão de aparelhos inteligentes na cidade

Ideia é que, no futuro, haja comunicação total entre os fluxos de veículos das várias regiões de São Paulo

REYNALDO TUROLLO JR.
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Prefeitura de São Paulo vai adotar nova tecnologia que deverá permitir a expansão da rede de semáforos inteligentes na cidade, que hoje está em apenas 26% dos cruzamentos com sinal.

Semáforos inteligentes calculam automaticamente o tempo que devem ficar abertos ou fechados, a depender do fluxo de veículos na via.

A partir deste ano, licitações para compra de equipamentos de semáforo, como controladores -caixas de metal que ficam no chão perto das esquinas-, exigirão dos fabricantes a chamada tecnologia de padrão aberto.

O padrão aberto é um tipo de "linguagem" de operação dos aparelhos que é de domínio público e pode ser adotado por diferentes fabricantes.

Tal "linguagem" permite que semáforos de marcas diferentes operem em conjunto. É exatamente o oposto do que acontece hoje em São Paulo, onde apenas três empresas (veja quadro) podem fornecer equipamentos, que não "conversam" entre si.

Com a nova tecnologia, será possível que semáforos de uma grande via de uma região da cidade trabalhem em sincronia com semáforos de uma avenida em outra região.

Hoje, para cada área da cidade, somente uma empresa pode fornecer equipamentos, por uma questão de compatibilidade técnica com os aparelhos já instalados e com os softwares usados nas centrais de controle da CET, as CTAs.

No centro da cidade, por exemplo, todos os controladores são da Siemens, e a CTA na rua Bela Cintra só "entende" os dados enviados por equipamentos dessa marca.

Para que os equipamentos que virão (abertos) funcionem com as cinco centrais já existentes (proprietárias), a prefeitura contratou a USP, por R$ 3,2 milhões, para desenvolver um "integrador".

O primeiro desses aparelhos será entregue à CET neste mês. Segundo o pesquisador Eduardo Mario Dias, ele passou nos testes.

No futuro, diz o pesquisador Caio Fernando Fontana, as cinco áreas da cidade, que hoje têm semáforos de diferentes marcas que não "se falam", poderão ser integradas numa central única -como já ocorre em Londres.

Para o diretor de sinalização da CET, Valter Luiz Vendramini, a integração dos semáforos inteligentes da cidade toda é um "sonho" de longo prazo, mas "o primeiro passo está sendo dado".

LICITAÇÃO

A primeira licitação para a instalação da nova tecnologia para semáforos inteligentes ocorrerá entre julho e agosto. Cerca de 180 cruzamentos do centro receberão a novidade, entre eles os do entorno da praça João Mendes e da avenida do Estado.

A adoção do padrão aberto não terá influência sobre o tempo de conserto de semáforos com defeito, já que na maior parte dos casos, a culpa é da falta de energia elétrica e os aparelhos não têm no-breaks (baterias).

O gerente da CET Eriberto Barbi diz que serão instalados até julho no-breaks em 200 semáforos que tiveram pelo menos cinco apagões no último ano, como no entorno da rua Augusta (centro).

Segundo Vendramini, a adoção do padrão aberto trará de imediato economia na compra de equipamentos para semáforos. "Isso vai permitir expandir os semáforos inteligentes." Ele disse que não sabe quanto será economizado, mas que em outros países o preço caiu para até um terço.

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