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CGU apontou desvios em órgão que combate seca

Segundo controladoria, rombo de R$ 192 mi ocorreu entre 2008 e 2010

Troca da direção do Denocs foi feita em janeiro; departamento é chefiado a partir de indicações políticas

DE SÃO PAULO

Órgão do governo federal encarregado de combater os efeitos das secas no semiárido brasileiro, o Dnocs (Departamento Nacional de Obras contra as Secas) protagonizou uma crise no início do ano após relatório da Controladoria-Geral da União apontar desvios de R$ 192 milhões.

De acordo com a CGU, o rombo ocorreu entre 2008 e 2010 devido a direcionamentos e superfaturamentos em licitações do Dnocs. O relatório ainda classificou a autarquia como "deficiente" e "com pouca efetividade na adoção de providências".

Neste ano, a seca voltou a flagelar Estados do Nordeste e o norte de Minas Gerais.

Ontem, a presidente Dilma Rousseff anunciou, em Aracaju, a liberação de R$ 2,723 bilhões para combater os efeitos da seca e a criação da Bolsa Estiagem, para auxiliar as famílias atingidas.

Historicamente, o Dnocs -criado em 1909- tem priorizado a execução de grandes obras -como açudes- para mitigar os males causados pelas secas. O órgão é vinculado ao Ministério da Integração Nacional, do ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB).

Ex-diretor do Dnocs, Elias Fernandes Neto, que havia assumido em 2007 por indicação do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), foi demitido em 26 de janeiro deste ano devido à suspeitas de desvios.

Em seu lugar, assumiu no último dia 20 o engenheiro potiguar Emerson Fernandes, também apadrinhado pelo deputado Eduardo Alves.

As mudanças no Dnocs e a indicação do novo diretor causaram animosidade entre o governo petista e os dois partidos de sua base -PMDB e PSB.

De 2008 a 2010, o Dnocs firmou convênios com 47 municípios para programas de apoio e prevenção de desastres. Desses, 37 foram assinados com 31 prefeituras do Rio Grande do Norte.

Conforme a Folha revelou em janeiro, 20 dessas cidades são administradas pelo PMDB.

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