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Fernando Dini Neto (1947-2012)

Empresário adepto do Santo Daime

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Um tio de Fernando Dini Neto costumava brincar que o sobrinho entrou na concorrência para consertar o mundo e ganhou. "Não consertou, mas mudou a vida de muita gente", diz o irmão Luciano.

Fernando era um sorocabano que por mais de 30 anos trabalhou com campanhas políticas. Sua empresa, chamada Mascote, fabrica, para partidos espalhados pelo país, material como bandeiras plásticas, faixas e banners.

O empresário tinha outro negócio, na área de reciclagem: recolhia plástico descartado na rua e lhe dava novos usos. Produzia sacos de lixo com o material, por exemplo.

Muito idealista, segundo a família, Fernando certa vez botou um caixão num outdoor. A campanha que decidiu realizar pedia para a população não transformar a urna eletrônica em urna funerária.

Na década de 90, criou em Sorocaba o centro Céu Sagrado, para o tratamento de usuários de droga por meio da ayahuasca. Segundo o irmão, a clínica, gratuita, atende por dia cerca de 30 pessoas e é eficaz em 90% dos casos. Ele diz que a cura, sem internação, demora até três horas.

O tratamento consiste em fazer a pessoa se purificar após tomar o chá e compreender seu erro, diz Luciano.

Adepto da doutrina do Santo Daime, Fernando reunia em sua igreja cerca de 600 pessoas. Todos os domingos, distribuía comida aos pobres.

Era polêmico e defendia ideias com eloquência. Por isso, ganhou alguns desafetos. Mas era também querido por muita gente, afirma o irmão.

Morreu no domingo (22), aos 64, em decorrência de um acidente vascular cerebral. Teve três filhos e dois netos.

coluna.obituario@uol.com.br

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