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Cotista critica estereótipo de inferioridade em universidade

DANIEL CASSOL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PORTO ALEGRE

Alvo de uma das ações julgadas pelo STF ontem, contra cotas raciais nas universidades, a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) adotou há cinco anos o sistema que reserva 30% das vagas para egressos de escolas públicas e estudantes que se declaram negros.

Os universitários cotistas da UFRGS relatam que o exemplo pessoal ajudou a mudar o pensamento dos colegas em relação às cotas na universidade. Mas, em cursos considerados mais elitizados, o preconceito, mesmo velado, ainda é forte.

Adriana Correa, 24, que entrou no curso de biomedicina da UFRGS em 2009, na segunda turma de cotistas, diz nunca ter sofrido racismo, mas ouvia reclamações por ter "roubado" a vaga de colegas que entraram em segunda e terceira chamadas.

"As pessoas entram muito com a ideia de que o cotista é inferior, porque entrou com uma nota menor. Os cotistas fazem com que as pessoas mudem a opinião", diz Adriana.

Em medicina, alguns alunos reclamam de discriminação. "É um curso elitista. Tem o estereótipo de que o estudante de medicina tem que ser branco, rico e, se você não pertence a este grupo, é tratado com inferioridade", afirma um estudante que pediu para não ser identificado.

No vestibular deste ano, a UFRGS modificou o cálculo para correção das provas de redação, o que aumentou o número de estudantes nos cursos mais concorridos.

Neste ano, entraram 21 alunos pelo sistema de cotas no curso de medicina. A mudança gerou polêmica e motivou protestos nas redes sociais.

O modelo de cotas na universidade está sendo revisto neste ano. Até a publicação do edital do próximo vestibular, o que deve ocorrer em julho, o Conselho Universitário deve aprovar o novo sistema.

A pró-reitora de Graduação da UFRGS, Valquíria Bassani, afirma que a posição da administração da universidade é pela manutenção do atual modelo de cotas.

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