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Entrevista

'Sistema é maquiagem', diz estudante

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PORTO ALEGRE

Responsável por uma das ações julgadas pelo STF, Giovane Pasqualito Fialho, 23, diz que não esperou o julgamento porque "o prejuízo teria sido maior". Ele já se formou em outra faculdade.

Reprovado ao disputar vaga no curso de administração da UFRGS (Federal do RS), em 2008, ele tinha nota maior do que ingressantes pelo sistema de cotas.

Fialho cursou música no Centro Universitário Metodista, em Porto Alegre. Elediz que as cotas promovem segregação. Leia abaixo.

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Folha - O que fez enquanto aguardava o julgamento?
Giovane Pasqualito Fialho - No momento em que entrei com a ação, estava pronto para entrar na faculdade. Hoje, já sou formado. Infelizmente, o sistema é tão lento que, se fosse aguardar a decisão, o prejuízo teria sido maior.

Por que você é contrário ao sistema de cotas raciais?
Políticas afirmativas são importantes. Precisamos aproveitar o momento econômico para começar uma recuperação dos setores excluídos. Mas as cotas não são uma política saudável, porque mudam o contexto do vestibular, que é uma competição intelectual. Se alguém tem dificuldade para competir, o correto é dar condições para isso. Ser negro não chega a ser desvantagem. Sou pardo, mas estudei em escola particular. As cotas, em vez de melhorar a qualidade da competição, fazem segregação.

Por que o fato de ser pardo não lhe faz favorável às cotas?
A situação mudou bastante. Há 15 anos existia preconceito bem nítido e assisti a isso com minha família. Mas esse tipo de política não é uma correção real. É maquiagem, um improviso, e um pouco injusto com quem se prepara para o vestibular.

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