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Para TV americana, Sean Goldman afirma que pai é seu melhor amigo

Menino disputado por família brasileira e americana concede primeira entrevista em dois anos

Garoto afirma que não queria ficar sozinho e por isso teve de esconder sentimentos para enfrentar situação

VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK

Na primeira entrevista após chegar aos EUA, dois anos atrás, Sean Goldman, 11, disse que ficou confuso quando foi obrigado a deixar o Brasil, após decisão judicial, e que precisou esconder sentimentos para não se isolar.

Nascido nos Estados Unidos, o garoto foi trazido para o Brasil em 2004 pela mãe, Bruna Bianchi, que morreu em 2008.

Sean deixou os EUA sem o consentimento do pai americano, David Goldman. Após a morte de Bruna e uma batalha na Justiça, o Supremo Tribunal Federal deu a David o direito de levá-lo aos EUA.

"Eu não queria ficar sozinho, então eu tive que esconder meus sentimentos e tentar viver com... a situação", disse o garoto em trecho de entrevista divulgado pelo programa da rede de televisão norte-americana NBC "Today Show", que será exibido hoje à noite nos EUA.

A NBC pagou o voo que levou David Goldman e Sean do Rio de Janeiro para a Flórida, em 2009. O pai do garoto não deu entrevista a outras empresas de comunicação desde então.

Segundo os trechos divulgados, Sean afirmou que não teve raiva ao voltar para os EUA, mas que ficou confuso, com sentimentos contraditórios sobre a mudança.

"[Eu me lembro de] ser arrastado pelas ruas cheias de cinegrafistas, com um monte de gente empurrando, e de ouvir as pessoas gritarem meu nome. Eu só queria passar por elas rapidamente", afirmou o garoto.

O garoto contou que nunca perguntou à família brasileira a razão pela qual o pai não estava com eles no Brasil porque teve medo. Disse também que atualmente David é seu melhor amigo.

Entrevista com o pai também será exibida hoje.

ESTRANHAMENTO

O advogado de Silvana Bianchi, avó materna de Sean, Frans Nederstigt, que tenta negociar com David para retomar os contados de Sean com a família brasileira, disse que estranha a entrevista.

"Agora ao Sean é permitido falar com jornalistas, mas não é sequer permitido que o Sean fale à Justiça americana para dizer se quer falar com a avó", afirmou.

Nederstigt disse que a avó do garoto está disposta a cumprir as exigência feitas pela advogada de David para voltar a falar com o neto, mas que entre as demandas está o pagamento de US$ 200 mil para cobrir custos com advogados nos EUA, com o qual Nederstigt não concorda.

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