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Demanda por ônibus está 'mais ou menos no limite', diz prefeitura

DE SÃO PAULO

O fluxo de passageiros nos ônibus paulistanos não tem muito o que crescer, porque a cidade exige investimentos em sistemas de alta capacidade, como trens e metrô.

É essa a avaliação que faz o engenheiro Ivan Whately, assessor técnico do secretário municipal de Transportes, Marcelo Cardinale Branco.

Segundo ele, uma prova disso é que a oferta de lugares, que aumentou 13,5% desde 2006, não foi acompanhada da entrada de passageiros no sistema, que subiu 10,5%.

"Não aumentou mais porque [a demanda] está mais ou menos no limite. Quem tem de aumentar é a rede de alta capacidade, compatível com uma cidade desse tamanho."

De acordo com ele, é preciso "focar o sistema como um todo" e levar em consideração que o principal papel do ônibus é alimentar os meios de alta capacidade.

Foi pensando nisso, diz, que o prefeito Gilberto Kassab (PSD) investiu R$ 1 bilhão no metrô e promete aplicar mais R$ 1 bilhão. "Daria para construir dez corredores de ônibus, mas não adianta ficar enchendo a cidade de pinguelas [pontes pequenas], quando ela está precisando de pontes estaiadas", disse.

Além de ampliar a oferta de lugares, com mais ônibus articulados (com duas ou mais carrocerias), a SPTrans criou faixas exclusivas para ônibus e prepara a licitação para 68 km de corredores.

"Nesses corredores já há linhas de ônibus. Vai melhorar a condição de conforto, a segurança, a rapidez, mas não vai transportar muito mais passageiros", diz Whately.

EMTU

Joaquim Lopes, presidente da EMTU, diz que o Estado vem fazendo um investimento recorde em corredores de ônibus, com 140 km em algum estágio de execução.

Entre os mais adiantados estão o Guarulhos-Tucuruvi e o Itapevi-São Paulo, em obras. Também devem começar a sair do papel na atual gestão os corredores Alphaville-Cajamar, Itapevi-Cotia, Perimetral Leste (Jacu-Pêssego) e Arujá-Itaquaquecetuba.

Para ele, os corredores podem aliviar outros sistemas, como os de trens. "Toda vez que você melhora a qualidade do transporte sobre pneus, dá opção para o cidadão."

Segundo Lopes, o bom desempenho da economia tem feito as pessoas viajarem mais -o que gera números recordes no transporte coletivo- e também coloca mais carros nas ruas, o que diminui a velocidade dos ônibus.

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