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Faltam políticas públicas, afirma professor da Unesp

DE CAMPINAS

Ainda que as mulheres estejam mais dispostas a denunciar, a maior concentração de casos no interior é resultado do descompasso entre crescimento populacional e políticas públicas, afirma o professor da pós-graduação de Ciências Sociais da Unesp em Araraquara Augusto Caccia-Bava.

Como exemplo dessas políticas, ele cita palestras em escolas, acompanhamento das vítimas por especialistas e formação de um setor da Polícia Militar especializado em enfrentar a agressão sexual.

Para Caccia-Bava, que coordena um grupo de pesquisa sobre segurança urbana do CNPq em algumas cidades do interior existem estruturas públicas e profissionais competentes, mas as práticas de violência crescem mais e as políticas de proteção de pessoas ficam desordenadas, passando a sensação de impunidade.

Esse foi um dos motivos para A. S., 30, não ter denunciado seu ex-marido. Ela, que não quer ser identificada, conta que casou com 15 anos e passou 13 anos com o pai de seu filho. Durante esse período, sofreu agressões e abuso sexual.

"Na prática, ainda não há Justiça ou proteção para mulheres e crianças. Sei que não iria adiantar nada denunciar meu ex porque não haveria empenho para puni-lo. Os recursos para investigação são poucos, e o apoio à vítima ainda é restrito", afirma.

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