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Polícia tem 3 hipóteses para chacina em Goiás

Motivo de crime pode ser tentativa de latrocínio, vingança ou disputa de terra

Presidente do Sindicato Rural diz que sociedade de Doverlândia está chocada com massacre ocorrido há sete dias

AFONSO BENITES
ENVIADO ESPECIAL A GOIÂNIA

A polícia tem agora três hipóteses para a chacina na fazenda de Doverlândia, cidade do sudoeste de Goiás, no fim de semana passado. Na ocasião, sete pessoas foram assassinadas e tiveram o pescoço cortado com uma faca de açougueiro.

As investigações apontam que disputa de terra, vingança ou tentativa de latrocínio (roubo seguido de morte) podem ter motivado o suspeito Aparecido Souza Alves, 23, a cometer o massacre.

De acordo com a Polícia Civil goiana, primeiramente Alves confessou ter cometi-do o crime com a ajuda de outros dois homens -um deles é sobrinho do fazendeiro assassinado.

Ele afirma ter sido contratado por R$ 50 mil pelo fazendeiro Alcides Batista Barros, 60, para matar toda a família do também fazendeiro Lázaro de Oliveira Costa, 57, por vingança, por causa de um desentendimento.

O filho de Lázaro, Leopoldo, que foi morto ao lado do pai, iria se casar no dia 12 com uma das três filhas de Alcides. Tanto o fazendeiro quanto amigos das duas famílias refutam essa tese e dizem que os dois eram amigos.

"Estamos todos chocados. Não acreditamos que isso seja possível", afirmou o presidente do Sindicato Rural de Doverlândia, Bruno Heuser.

CONTRADIÇÕES

Depois, porém, Aparecido se contradisse ao repetir a motivação do crime. Agora, a polícia investiga mais duas hipóteses para o massacre.

Uma delas é que Lázaro teria brigado quatro anos atrás com o pai de Aparecido, posseiro de uma área ao lado de sua fazenda. Aparecido era funcionário do pecuarista e, por também ter discutido com o então patrão, acabou sendo demitido.

Após a demissão, Aparecido se mudou para Brasília. Quando retornou para Doverlândia na semana passada, decidiu matar a família do fazendeiro.

"Sem dúvida podemos dizer que o ressentimento, o ódio, a inveja que o suspeito nutria pela família do fazendeiro são móveis do crime. Se há dinheiro envolvido, e nós acreditamos que há, vamos procurar provar mais esse elemento", afirmou a chefe da Polícia Civil goiana, Adriana Accorsi.

A outra hipótese é que Aparecido esperava encontrar dinheiro na casa do fazendeiro, que tinha acabado de fechar a venda de gado por R$ 36 mil. O que o assassino não sabia era que o pagamento aconteceu na véspera do crime e que todo o valor foi depositado em banco.

Até a noite de ontem, quatro pessoas tinham sido presas sob a suspeita de terem participação na chacina.

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