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Motociclistas defendem manutenção de faixa exclusiva

EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO

Quem anda de moto pelas ruas da capital, via de regra, defende a existência das motofaixas, apesar de especialistas e o poder público acreditarem que esta solução é incapaz de baixar as mortes.

"A separação das motos e dos carros é uma solução importante, que não poderia ter sido abandonada", avalia Luiz Artur Cane, 55, presidente da ONG MBM (Movimento Brasileiro de Motociclistas).

De acordo com Cane, que anda de moto nas ruas de São Paulo desde 1976, além de motofaixas, outras medidas importantes precisariam ser tomadas para que o número de mortes de motociclistas comece a baixar.

"Seja nas faixas ou fora dela, a fiscalização de velocidade é algo essencial. Mas também tem a questão da conscientização de motoristas e de motociclistas", afirma.

Cane fundamenta sua opinião com base em estudos sobre a relação nem sempre pacífica entre carros e motos.

"Fazer a moto ocupar o lugar de um carro, na mesma faixa, como muitos dizem, vai aumentar a insegurança de quem está na moto."

Cane afirma que o número de colisões traseiras entre carros é muito grande, mas costumam não deixar vítimas graves. "Imagine se houver ainda uma moto no meio destes veículos."

Em contrapartida, muitos motociclistas também são imprudentes, quando o assunto é a velocidade, diz ele.

"O ideal seria existir uma velocidade de segurança para a moto. Se o fluxo de carros está em 10 km/h, as motos precisam andar, no máximo, entre 30 km/h e 40 km/h.

As motofaixas e o aumento da fiscalização são medidas bem vistas pelo SindimotoSP, que reúne profissionais que utilizam motocicletas.

"Vemos o poder público divulgar as estatísticas todo o ano. Mas eles não fazem nada para mudar o quadro", diz Gilberto dos Santos, presidente da categoria.

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