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Treinador é acusado de sequestrar filho e levar para os EUA

Família materna diz que técnico de vôlei de praia mantém garoto na Califórnia sem consentimento da ex-mulher; advogada do pai não comentou

VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK

O técnico de vôlei de praia Márcio Sicoli, 33, que treina as bicampeãs olímpicas Walsh e May, é acusado pela família da ex-mulher, Isabel Bierrenbach, 33, de ter sequestrado o filho de três anos do casal e de mantê-lo indevidamente na Califórnia desde fevereiro.

Sicoli e Isabel, ambos brasileiros, casaram-se no Brasil em 2005 e se mudaram para os EUA dois anos depois. Na Califórnia, tiveram o primeiro filho, em 2009. No ano passado, o casal se separou. Isabel voltou para a casa dos pais no Rio, levando o filho.

Segundo parentes da mãe que pediram para não ser identificados, as passagens aéreas foram pagas pelo pai, que falava com o menino todos os dias por telefone. Eles dizem que os avôs paternos frequentemente o buscavam para passear nos fins de semana.

Em dezembro, Sicoli buscou a criança para passar as férias na Califórnia, com o consentimento da ex-mulher.

A família materna diz que, em fevereiro, dois dias antes da data de embarque, Isabel recebeu telefonema de uma advogada americana dizendo que Sicoli pediria a guarda da criança na Justiça dos EUA.

A advogada do pai foi contactada pela Folha para comentar a versão da família materna, mas até o fechamento desta edição não ligou de volta. Nem Sicoli e Isabel quiseram dar entrevistas.

Para o governo brasileiro, o menino deveria voltar ao Brasil. "No nosso entendimento, o pai concordou com a mudança de residência habitual da criança dos EUA para o Brasil e não pode agora reter o filho nos EUA", informou em nota a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

O órgão disse "que acionou a contraparte nos EUA, que aceitou formalmente o caso e remeteu para a adoção das medidas judiciais cabíveis na Justiça norte-americana para viabilizar o regresso do garoto ao amparo da Convenção de Haia de 1980 sobre Subtração Internacional de Crianças".

A mãe está na Califórnia desde maio para tentar negociar a volta do menino. Seus parentes dizem que ainda não conseguiu ver o filho.

Amigos e familiares de Isabel criaram site na internet e página em rede social, numa campanha para que o menino volte ao Brasil.

Segundo um familiar de Sicoli, a família paterna está incomodada com a repercussão do caso e teme a exposição do garoto.

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