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Neimar Machado de Barros (1943-2012)

Das produções de TV às pregações

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Neimar de Barros arrastava multidões. Em 1985, o ginásio do Gigantinho, em Porto Alegre, ficou abarrotado de pessoas querendo ouvi-lo. Era o mais popular pregador leigo católico daquela época.

Filho de um militar, nasceu em Corumbá (MS) e veio a São Paulo aos seis anos, depois que o pai foi transferido.

Aos 16, teve sua primeira tuberculose. Nos seis meses em que ficou de cama, aproveitou para ler tudo o que conseguia. Aos 21, tornou-se redator na rádio Nacional.

Conheceu Sílvio Santos no período e começou a trabalhar com o apresentador.

Ateu até 1971, converteu-se ao catolicismo após participar de um encontro. Escreveu então seu primeiro livro, misto de religião e autoajuda -foi autor de mais de dez obras.

Após dois anos de conflito no emprego, desligou-se e foi se dedicar às pregações. Ótimo orador, visitou mais de 4.000 cidades. Fundou o Missionários para Evangelização e Animação de Comunidades.

Em 1975, outra tuberculose o fez ir para Campos do Jordão. Em 1986, separou-se da mulher e deu uma entrevista bombástica à revista "Veja", dizendo ter sido um espião da maçonaria infiltrado na igreja para descobrir seus podres.

Para o filho Edmar, o episódio foi um delírio do pai num momento de estresse e desilusões. Por causa da repercussão negativa da reportagem, foi viver na Argentina.

Nunca recuperou a popularidade. Nos anos 90, virou protestante, trabalhou para a Prefeitura de Osasco e voltou ao SBT, onde ficou até 2006.

Sofria de alzheimer desde 2004. Morreu no domingo (6), aos 69, de falência de órgãos. Teve cinco filhos e seis netos.

coluna.obituario@uol.com.br

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