Suspeito pode ter aposentadoria cassada

A Corregedoria Geral do Município pediu na semana passada a abertura de processo para cassar a aposentadoria de Hussain Aref Saab.

Ele está sendo investigado no órgão sob suspeita de chefiar um esquema de corrupção que cobrava propina para acelerar e aprovar projetos imobiliários no período em que comandou o Aprov.

O pedido de cassação da aposentadoria ocorreu após o funcionário não conseguir explicar seu patrimônio.

A investigação foi aberta em fevereiro a pedido do prefeito Gilberto Kassab (PSD), que recebeu carta anônima.

A pessoa se identifica nessa carta como "cidadão extorquido e indignado". O texto tem detalhes de como funcionava o suposto esquema na liberação de imóveis. Aref é citado nominalmente.

Havia, segundo a carta, uma tabela de preços de propina até para que os projetos não fossem esquecidos nas gavetas da prefeitura. Os valores, segundo a acusação, iam de R$ 10 mil a R$ 400 mil.

Além de Aref, a carta cita outros servidores que supostamente participavam do esquema. Um despachante também é citado. São fornecidos nomes e telefones.

Ouvido pela Corregedoria, Aref negou as acusações. Disse que mal conhecia o despachante nem frequentava o estabelecimento onde ocorreria a entrega de propina.

Kassab não falou com a Folha sobre o assunto. Por meio de assessoria, informou que a Corregedoria investiga o caso.

O órgão confirmou o pedido de abertura de processo para a cassação da aposentadoria e informou que recomendou ao prefeito que encaminhasse o processo ao Ministério Público Estadual.

A Promotoria já ouviu Aref em outra investigação aberta sobre um esquema de fraude no pagamento de taxas para a construção de prédios, desvendada no ano passado. Nessa investigação, ele também negou envolvimento no suposto esquema. A apuração ainda não foi concluída.