Alckmin não fala sobre acidente, mas faz propaganda de nova linha

Cerca de uma hora e meia após o acidente na linha 3, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que ainda não tinha informações sobre a colisão e aproveitou para anunciar investimentos em uma nova linha na zona norte, onde cumpria agenda oficial.

"O secretário Jurandir Fernandes [Transportes Metropolitanos] já foi para o local e estamos aguardando pra ter informações mais detalhadas", disse, por volta das 11h, sem fazer referência às vítimas. Em seguida, emendou: "Mas queria trazer uma notícia importante para a região norte, que é a linha 6 do metrô, a linha laranja. Ela vai ser das mais importantes, com 30 km e mais de 30 estações."

Na mesma entrevista, Alckmin falou sobre investimentos no Rodoanel e listou ações do governo para evitar novas falhas na CPTM.

A assessoria do governador afirmou que, no momento da entrevista, ele ainda não tinha dados sobre o acidente. Após os relatos, Alckmin teria manifestado preocupação e pedido detalhes sobre os feridos. No momento da fala de Alckmin, no entanto, rádios e sites já noticiavam que o acidente, que ocorrera às 9h50, tinha deixado vítimas.

OPOSIÇÃO

O acidente foi criticado pela oposição ao PSDB. Pré-candidato do PT à prefeitura, Fernando Haddad culpou o governo pelo "apagão dos transportes", disse que a colisão não foi um fato isolado e citou a morte de sete pessoas ocorrida em 2007, nas obras da linha 4-amarela.

"Vamos lembrar da cratera, que não foi acidente. Há indiciados por homicídio culposo [sem intenção de matar]." Na época, o governador era José Serra (PSDB), seu adversário neste ano. Serra não quis comentar a crítica.

Também pré-candidata, Soninha Francine (PPS) comentou o assunto no Twitter. "Metrô caótico, é? Não fosse pela TV e o Twitter, nem saberia. Peguei linha verde e amarela sussa (sic)".