Lixo hospitalar espanhol é achado no Sul

A Receita Federal apreendeu cerca de 20 toneladas de lixo provenientes da Espanha que estavam em um contêiner no porto de Itajaí (97 km de Florianópolis).

A carga contém lençóis, toalhas, tapetes, camisetas e uniformes sujos. Em algumas peças, há logomarca de um hospital espanhol. Outras têm o nome de hotéis.

A carga partiu de Valência e foi registrada na alfândega da Receita Federal no final de abril. A mercadoria foi declarada como "outros tecidos atoalhados de algodão".

Uma vistoria, feita em parceria com outros órgãos, detectou que a carga era lixo.

"Vimos que não eram tecidos, mas produtos acabados, todos claramente já utilizados e descartados na Espanha", diz Carlos Mergen, chefe do escritório do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) em Itajaí.

"Era possível ver, somente pela situação do produto, que ele tinha que ter outro destino. Estava sujo, rasgado e tinha mau cheiro", afirma.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também foi chamada para fazer uma inspeção.

De acordo com o órgão, o material não tinha vestígios de sangue, mas oferece risco à saúde por conta da origem hospitalar.

DEVOLUÇÃO

Segundo a Receita Federal, a carga deve ser devolvida para o porto de Valência em até 30 dias. O Ibama ainda estuda a aplicação de multa.

A empresa responsável pela carga é a Fox Importação e Exportação, de Itajaí, segundo o Ibama e a Anvisa.

A reportagem ligou para um representante do grupo, mas ele disse que não tinha informações sobre o caso e que a empresa iria prestar esclarecimentos hoje aos órgãos responsáveis.

Essa é a terceira carga de lixo encontrada no porto de Itajaí em menos de oito meses. Em março, a Receita apreendeu cerca de 40 toneladas de lixo vindos do Canadá e declarados como "aparas de plástico". No ano passado, 60 toneladas de lixo da Espanha foram descobertas.

Em outubro, a Folha revelou que lençóis hospitalares contaminados, dos EUA, eram revendidos no Brasil.