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José Luiz Queiroz Telles (1945-2012)

Produzia gravuras em serigrafia

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Filho de um casal de advogados, José Luiz Queiroz Telles interessou-se muito cedo por arte por causa dos pais.

A mãe, uma das primeiras mulheres a se formar na Faculdade de Direito do largo São Francisco -embora não tenha exercido-, era muito ligada à cultura (e à leitura) e passou o gosto aos filhos, lembra o irmão, Caio Luiz, que hoje trabalha com antiguidades.

Seu pai só foi advogar mesmo depois de aposentado -antes, foi diretor na Secretaria Estadual da Saúde de SP.

Zezé, ou Zé Luiz, como o paulistano era chamado, começou a trabalhar com gravuras. Nos anos 70, ficou conhecido por conta do ateliê que abriu, o Intarte, onde produzia gravuras em serigrafia.

Artistas como Lothar Charoux, Cláudio Tozzi e Manezinho Araújo fizeram trabalhos em sua oficina. O amigo Luiz Amando de Barros conta que a série "Papagália", de Tozzi, com imagens de araras, foi impressa no ateliê.

Muito cuidadoso, "era capaz de inutilizar toda uma série de gravuras já impressas por notar, no final da produção, um pequeno erro, desprezível aos olhos dos comuns mortais, mas inadmissível para ele", diz o amigo.

Costumava bater ponto no finado bar Riviera, na esquina da Paulista com a Consolação, em São Paulo, onde tinha mesa cativa. Os garçons conheciam todos os seus gostos, sem que precisasse falar.

Após fechar o ateliê, nos anos 90, passou a trabalhar com manutenção de computadores. Fumante desde jovem, sem nunca ter abandonado o vício, como lembra o irmão, teve um câncer de pulmão. Morreu no sábado (26), aos 67, deixando uma filha.

coluna.obituario@uol.com.br

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