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Análise

Poder público gasta mais se não sabe o que há no subsolo

EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO

Apenas dois números: estimativas mostram que as redes subterrâneas em São Paulo somam 130 mil quilômetros de extensão. A Sabesp sozinha tem 35 mil quilômetros.

Esse submundo paulistano, entretanto, é desconhecido. A prefeitura ainda não concluiu o mapeamento de tudo o que existe sob os pés dos moradores da capital. Ainda faltam por volta de 10%. O problema, como dizem os especialistas, é que mapear apenas não basta. Muitos cadastros estão desatualizados e imprecisos.

Os próprios técnicos da Sabesp, instituição que tem um sistema eficiente de controle, já encontraram, em áreas nobres da cidade, redes de canos no subsolo que não estavam no mapa. A Comgás também faz o mesmo.

Como a cidade está longe de ter uma mapa interativo de seus subterrâneos, onde qualquer intervenção poderia ser feita sem sustos, desperdício de dinheiro público, atraso no planejamento e, ao menos, pequenos acidentes vão continuar ocorrendo.

Se houver interesse em resolver esse problema, os órgãos públicos podem recorrer aos avanços científicos em curso nas universidades.

Pesquisadores já desenvolveram métodos relativamente simples e baratos (algo abaixo de 5% do valor da obra) que desvendam tudo o que está lá no fundo da terra.

O professor Jorge Porsani, da USP, por exemplo, consegue fazer uma espécie de tomografia eletromagnética do subsolo antes de uma obra de grande porte.

Sem ferramentas modernas, as escavações vão continuar literalmente no escuro.

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