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Gasto de governo com carros-pipa já chega a R$ 103 mi

Valor repassado ao Exército é para levar água a 2,8 milhões de pessoas em oito Estados nordestinos e norte de Minas

Para evitar furto, ministério estuda equipar veículos com GPS para saber destino de caminhões

Ricardo Cardoso/Frame/Folhapress
Morador de povoado em Vitória da Conquista, Bahia, usa animal para transportar água
Morador de povoado em Vitória da Conquista, Bahia, usa animal para transportar água

DANIEL CARVALHO
DE SÃO PAULO

O Ministério da Integração Nacional já gastou R$ 103 milhões com carros-pipa de janeiro a maio deste ano.

O montante foi repassado ao Exército para levar água a 2,8 milhões de pessoas em oito dos nove Estados nordestinos e no norte de Minas.

O valor já corresponde a mais da metade dos R$ 180 milhões gastos em 2011. Até outubro, mais R$ 130,6 milhões deverão ser repassados com base no plano de ação apresentado pelo Exército, responsável pela distribuição da água nos municípios.

Comitês de enfrentamento à seca dos Estados e municípios devem passar a auxiliar os militares na coordenação dessa tarefa. O ministério acredita que os técnicos desses grupos são quem melhor conhece a realidade dos locais atingidos pela estiagem.

Além disso, a Integração Nacional estuda equipar carros-pipa com GPS. A ideia é mapear os caminhões para saber de onde a água está sendo retirada, a exemplo do que foi anunciado no mês passado por Pernambuco.

O governo estadual identificou furto de água para abastecer carros clandestinamente e anunciou o monitoramento de 800 veículos contratados pelo Estado.

ORÇAMENTO

Em abril, a presidente Dilma Rousseff anunciou um pacote de R$ 2,7 bilhões para enfrentar a estiagem no semiárido neste ano. O repasse é equivalente a um terço do valor da transposição do rio São Francisco, obra que estava prevista para acabar este ano e que deve levar água para 12 milhões de pessoas em Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

A última previsão do governo federal para o término da obra é dezembro de 2015, a um custo de R$ 8,2 bilhões.

Segundo o ministério, o pacote emergencial pode "engordar" ainda mais caso seja necessário manter a ajuda às vítimas da seca.

Além de custear os caminhões com água, o dinheiro está sendo utilizado em ações como implantação de cisternas, linha especial de crédito para pequenos e médios agricultores e redução do valor da saca do milho (usado como ração para o gado), segundo o ministério.

Parte dos recursos (R$ 200 milhões) foi destinada ao Bolsa Estiagem, programa voltado a pequenos agricultores de cidades em situação de emergência que não estão no seguro-safra. Segundo o governo federal, a primeira das cinco parcelas de R$ 80 está prevista para o dia 18.

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