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Análise Debate sobre o tema opõe liberdade a consumismo EUA ADOTARAM UNIFORMES PARA REDUZIR VIOLÊNCIA EM ESCOLAS PÚBLICAS VAGUINALDO MARINHEIRODE SÃO PAULO O atraso na entrega dos uniformes a parte dos alunos das escolas municipais de São Paulo suscita uma discussão recorrente: o uso de roupas padronizadas é bom ou ruim para os estudantes? Como em quase todos os aspectos relacionados à educação, há defensores ferrenhos das duas posições. Os contrários ao uso advogam que ele viola a liberdade de escolha dos alunos, afeta a formação de individualidades e impede que aprendam a se vestir. Em "pedagologiquês", afirmam que crianças e adolescentes uniformizados não se mostram como são e não são vistos como indivíduos, apenas como parte de um grupo compulsoriamente homogeneizado. Isso, dizem, é um problema principalmente para os adolescentes, que estão em busca de uma identidade. Já os defensores do uniforme elencam uma série de vantagens: 1) ele limita as diferenças econômicas, a ostentação de marcas, o consumismo; 2) elimina um dos fatores que provocam bullying; 3) reduz a distração em sala de aula, uma vez que todos estão com as mesmas roupas, não com trajes de formas e cores diferentes; 4) facilita a identificação dos alunos dentro da escola e durante passeios em grupo. Os Estados Unidos tiveram um grande debate sobre o tema nos anos 90. O país vivia uma onda de violência em escolas públicas, motivada, muitas vezes, pelo roubo de peças de roupas que se tornavam objetos do desejo. Em 1996, o então presidente Bill Clinton usou seu discurso de Estado da União para dizer que as escolas deveriam começar a exigir uniformes para evitar mortes de adolescentes por causa de uma jaqueta de grife. Foi o que muitas fizeram, e vários estudos foram realizados para mensurar os efeitos da medida. Para tristeza dos que queriam uma resposta definitiva, alguns mostraram ganhos de disciplina e no aprendizado em escolas que passaram a exigir uniforme. Outros não constataram melhora alguma. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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