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Polícia retira alunos de campus da Unifesp

Reintegração de posse de prédio foi pacífica; estudantes estão em greve há 2 meses por falta de estrutura no campus

Grupo ocupava prédio da Diretoria Acadêmica desde 4 maio; alunos foram levados para a sede da Polícia Federal

DE SÃO PAULO

Um grupo de cerca de 30 estudantes do campus de Guarulhos da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), na Grande SP, foram retirados ontem pelas polícias Federal e Militar de um prédio que ocupavam havia 12 dias. Os policiais cumpriam um mandado de reintegração de posse dado pela Justiça Federal.

A invasão do prédio da Diretoria Acadêmica, em 4 de maio, foi feita por estudantes em greve há 67 dias.

Vários campi da instituição estão em greve pelo país.

Os alunos do campo de Guarulhos afirmam que o campus não tem condições mínimas de funcionamento - as salas de aula são abafadas, o refeitório é improvisado num galpão de madeira e há 30 mil livros encaixotados por falta de prédio adequado.

Segundo a Polícia Federal, antes da retirada dos estudantes, por volta de 17h15 de ontem, os policiais negociaram uma saída voluntária por cerca de quatro horas.

Por meio de nota, o reitor da Unifesp, Walter Manna Albertoni, afirmou apenas que "os ocupantes foram retirados sem uso de violência".

Segundo o aluno de filosofia Michael Melchiori, 25, que participava da ocupação, a saída foi pacífica.

Os estudantes foram colocados em um ônibus da universidade e levados para a sede da superintendência regional da Polícia Federal na Lapa, zona oeste da capital.

Até a conclusão desta edição, eles permaneciam no local, onde seria lavrado um Termo Circunstanciado. Eles seriam liberados, disse a PF.

Segundo a polícia, os alunos cometeram crime de desobediência à ordem de reintegração de posse, o que pode levar à pena de 15 dias a seis meses de reclusão e multa.

A reintegração foi determinada após a Justiça Federal receber informações da Unifesp sobre providências adotadas para melhorar a infraestrutura do campus.

Segundo a Justiça, a Unifesp apresentou documentos que apontam que parte das reivindicações feitas pelos alunos está sendo atendida, como o início da construção do prédio central, moradia para estudantes, garantia de diversidade e qualidade de alimentação, transporte de qualidade, entre outras.

A decisão afirma que "eventuais questionamentos sobre a condução de tais negociações devem ser discutidos em sede própria, não sendo a via do apossamento do prédio público, por meio de greve, hábil para reivindicar critérios ou irregularidades na gestão administrativa da universidade".

Reportagem da Folha do mês passado mostrou que a situação no local é precária -parte dos 3.070 alunos são obrigados a assistir a aulas numa escola municipal vizinha.

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