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Tito Lívio Fleury Martins (1918-2012)

Pioneiro do rádio e empresário

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

As experiências com o teatro foram mais por culpa da mulher, que era atriz. Porque Tito Lívio Fleury Martins, bacharel em direito pela USP em 1942, era mais do rádio. Foi um dos primeiros locutores da Bandeirantes, emissora que ajudou a fundar em 1937.

O paulistano, filho do diretor de um loja de artigos médicos, formou-se em direito, mas nunca exerceu. Além do rádio, colaborou com jornais e teve passagem pela TV.

Como conta o único filho, Luiz Carlos, o Cuca, o pai chegou a entrevistar o premiê soviético Nikita Khruschov e o presidente argentino Perón.

Por volta de 1939, começou a namorar uma atriz pela qual havia se apaixonado ao vê-la dançar em Santos (SP): Cacilda Becker (1921-1969). Casou-se com ela em 1947. Chegou a ser ator por um tempo e a integrar o elenco do TBC devido à influência da mulher. Fez até um filme nos anos 50.

O casamento se desfez logo após o nascimento de Cuca, em 1949. Tito teria mais duas companheiras depois.

Sua última atividade, na qual iria se aposentar, foi como empresário da construção civil. Fez obras no Itaim Bibi.

É descrito como sério e circunspecto. Adorava política e sempre acertava quem seria o próximo presidente. Recentemente, disse ao filho: "Vamos ver se o país está preparado para a volta do Collor".

Conhecera Getúlio Vargas e esteve vinculado ao PTB.

Lúcido, comemorou aniversário no sábado, com feijoada. O filho estranhou que, nos últimos momentos, sozinho no quarto, pediu o chapéu. "Só se pega o chapéu quando se vai embora." Morreu na segunda (4), aos 94, de falência de órgãos. Deixa um neto.

coluna.obituario@uol.com.br

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